sábado, 30 de janeiro de 2010

Desentendimentos entre irmãos

Pergunta:
“O irmão (...) é muito chato. Vive exigindo o rigoroso cumprimento do pagamento da mensalidade e outras questões administrativas. Tem hora que fico nervoso e isso causa desentendimentos entre nós. Acho que ele está errado ao agir assim e, diante desses fatos, vou denunciá-lo ao Mestre da Loja e, se não resolver, vou ao Tribunal de Justiça Maçônica”.
(omitimos, por razões claras, os nomes dos irmãos envolvidos e o nome da Loja. Este desencontro já foi solucionado e hoje eles convivem em harmonia em sua Loja. Publicamos esta resposta para que sirva como exemplo de que só o amor fraternal é capaz de vencer a discórdia e construir um grupo forte).
Resposta:
Caríssimo Mestre,
Antes de considerar as razões que você diz ter para denunciar o irmão à Loja e ao Tribunal de Justiça Maçônica vamos fazer uma reflexão sobre estes acontecimentos.
Preferimos não entrar no mérito daquilo que aconteceu. Mas, uma coisa é certa: somos irmãos da fraternidade universal. Portanto, o irmão pode até ter desencontros com outro irmão, mas no final, deve prevalecer a concórdia entre vocês.
Devemos ver o irmão com boa vontade para compreender que, embora de forma diferente, buscamos a perfeição. Nada é perfeito, exceto Deus, o Grande Arquiteto do Universo. Será que podemos, nas relações pessoais, simplificar os fatos e dizer:
- Eu é que estou certo e ele, o errado?
Maçom e irmão são sentimentos análogos. Por isso a fraternidade deve ser levada ao grau máximo deste sentimento. Até repartir o pão, se for preciso. Quando vemos o outro com bom ânimo, é possível até uma inversão do nosso julgamento: podemos estar completamente errados e o outro certo. Ou não? Mesmo se a razão continuar negando nossa culpa, um ensinamento de Jesus Cristo pode orientar nosso juízo: o perdão.
Sim, por que não perdoar o erro do irmão e recomeçar a caminhada para, juntos, servir a quem precisa de nós? Afinal, irmão, a sociedade precisa da maçonaria unida nos propósitos de servir aos outros.
Às vezes, por intolerância, dizemos:
- Vou perdoá-lo, mas ele vai continuar fazendo igual. Perguntamos:
- Será que nos é permitido julgar e condenar o irmão?
O ensinamento maçônico diz que não. Recordamos, como exemplo, uma lição da maçonaria que ensina buscar a nossa perfeição, desbastando a ‘pedra bruta’. No entanto, muitas vezes buscamos a perfeição é no outro. Mas, o nosso mestre está é dentro de nós, guardado em nossa alma, aguardando ser desperto pelo amor ao próximo. O irmão carece da nossa compreensão para conseguir evoluir. Sejamos generosos neste aspecto.
Cada um de nós caminha numa velocidade pela vida; uns mais depressa, outros em passos mais lentos. Devemos regular nosso passo para caminhar junto com o irmão.

Outra observação: E se o irmão estiver numa fase difícil em sua vida? Poder ser, pois os problemas são comuns ao ser humano. Ninguém vive sem problemas. Comumente não tomamos conhecimento das dificuldades do outro.

Isso se dá pela falta de informação ou por desinteresse a respeito do irmão. Repetimos: ele pode estar lutando contra problemas naturais e difíceis de serem resolvidos sozinho: familiares, financeiros, saúde, sentimentais, emocionais e, até, existenciais. Nestes casos, por sermos irmãos, devemos ser aliados e não adversários.

A solução mais adequada, como maçons, é ajudar o outro a carregar a sua dificuldade. Andar mais mil quilômetros com ele, se assim for preciso, e esquecer a birra pessoal.

São muitas as perguntas que fizemos a você, irmão. Responda a você mesmo se vale à pena manter a polêmica com o irmão. Nossos corações se sentirão alegres se vocês, como Mestres Construtores que são, colocassem um fim em suas divergências e que o bem comum permanecesse acima das questiúnculas pessoais.

Por que usar a lei Maçônica para resolver questões pessoais se a concórdia pode prevalecer entre maçons. Acreditamos que vocês irão superar essas divergências pessoais.

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