sábado, 30 de janeiro de 2010

Reflexão: Ninguém é Insubstituível

Ninguém é insubstituível.
*Celia Spangher

A sala de reunião de uma multinacional o CEO nervoso fala com sua equipe de gestores. Agita as mãos mostra gráficos e olhando nos olhos de cada um ameaça: “ninguém é insubstituível” . A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em meio ao silêncio. Os gestores se entreolham, alguns abaixam a cabeça. Ninguém ousa falar nada.
De repente um braço se levanta e o CEO se prepara para triturar o atrevido:
- Alguma pergunta?
- Tenho sim. E o Beethoven?
- Como? – o CEO encara o gestor confuso.
- O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substitui o Beethoven?
Silêncio.
Ouvi essa estória esses dias contada por um profissional que conheço e achei muito pertinente falar sobre isso. Afinal as empresas falam em descobrir talentos, reter talentos, mas, no fundo continuam achando que os profissionais são peças dentro da organização e que quando sai um é só encontrar outro para por no lugar.
Quem substitui Beethoven? Tom Jobim? Ayrton Senna? Ghandi? Frank Sinatra? Dorival Caymmi? Garrincha? Michael Phelps? Santos Dumont? Monteiro Lobato?Faria Lima ? Elvis Presley? Os Beatles? Jorge Amado? Paul Newman? Tiger Woods? Albert Einstein? Picasso?
Todos esses talentos marcaram a História fazendo o que gostam e o que sabem fazer bem – ou seja – fizeram seu talento brilhar. E portanto são sim insubstituíveis.
Cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionado para alguma coisa. Está na hora dos líderes das organizações reverem seus conceitos e começarem a pensar em como desenvolver o talento da sua equipe focando no brilho de seus pontos fortes e não utilizando energia em reparar “seus gaps”.
Ninguém lembra e nem quer saber se Beethoven era surdo, se Picasso era instável, Caymmi preguiçoso, Kennedy egocêntrico, Elvis paranoico.
O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado de seus talentos.
Cabe aos líderes de sua organização mudar o olhar sobre a equipe e voltar seus esforços em descobrir os pontos fortes de cada membro. Fazer brilhar o talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto.
Se você ainda está focado em “melhorar as fraquezas” de sua equipe corre o risco de ser aquele tipo de líder que barraria Garrincha por ter as pernas tortas, Albert Einstein por ter notas baixas na escola, Beethoven por ser surdo e Gisele Bundchen por ter nariz grande.
E na sua gestão o mundo teria perdido todos esses talentos.
Nota do Blogueiro:
Eu sou suspeito por falar de Beethoven, pois gosto muito de musica erudita e tbm sou fã de sua obra, e pra mim foi o melhor compositor de todos os tempos, atingindo o ápice da criatividade e nos introduzindo ao romantismo musical.
Ainda temos essa cultura coronelista aqui no Brasil, onde o chefe é um ditador e impõe seu poder atraveś de repreensões e ameaças.
Infelizmente só dão o devido valor ao profissional quando e mesmo ja esta fora da empresa. Ou seja, a velha história, somente quanto se perde, e que damos valor.
E tem mais: Tem uma frase muito pertinente a este assunto.
"As pessoas não são insubstituiveis mas são inigualáveis"
- Tivemos Ayrton Senna, mas quem vai dizer que Schumacker é ruim? E Nelson Piquet, Emerson, Niki Lauda, Alain Prost, ou seja cada um tem seus detalhes que jamais serão encontrados em outros.
E se for falar de exemplos, temos inúmeros: Pelé, Maradona enfim......
Isto se aplica no trabalho, temos um talento, alguém de uma técnica fora de série, mas com certeza irá aparecer outro bom funcionário. Mas os detalhes daquele talvez nunca mais vá aparecer.
Abraços

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