Instituição essencialmente maçônica, a adoção de lowtons, embora não se possa precisar, exatamente, o seu início, é muito antiga. Tem, pelo menos, mais de de 250 anos, o que se pode aquilatar por homens de destaque na História mundial, os quais foram adotados, como é o caso, por exemplo, de George Washington, líder da independência norte-americana, que, nascido em 1732, foi lowton, tendo, por isso, sido iniciado aos 20 anos de idade, a 4 de novembro de 1752, na Loja Fredericksburg No. 4, da nascente Maçonaria norte-americana, iniciada em 1730, em Massachussetts.
Essa prática consiste em colocar o filho (varão) do maçom, ainda na infância, sob a proteção e a orientação de uma Loja, que assume o compromisso de ampará-lo e prepará-lo para a vida adulta, dentro dos princípios morais, éticos e libertários da Maçonaria.
O que é bonito na teoria, porém, é desmentido pela prática, pelo menos em nosso meio, pois a adoção de lowtons tem sido criminosamente abandonada pelas Lojas, por comodismo, ou por desconhecimento, ou, ainda, pelo atrativo de outras instituições mais exóticas, mais mundanas e, acima de tudo, mais “marqueteiras”, para usar um neologismo muito atual, derivado de “marketing”, significando o que permite mais promoção e espaço na mídia.
Para piorar o quadro, as poucas Lojas que, nos últimos anos, ainda têm promovido a adoção, têm, depois de uma belíssima cerimônia, deixado os lowtons largados à própria sorte, marginalizados e relegados ao limbo das coisas inúteis. Esqueceram-se, talvez, as Lojas --- com raras exceções, que confirmam a regra --- que dar assistência cultural, moral e espiritual ao lowton, é preparar o maçom completo do futuro.
Diante desse vácuo, vigente há mais de 30 anos, e que acabaria tendo que ser ocupado, assistiu-se à importação da Ordem de Molay, entidade paramaçônica norte-americana, fundada em março de 1919, em Kansas City, pelo maçom Frank Shermann Land. Ela foi introduzida, no Brasil, em 1980, com a criação do “Capítulo Rio de Janeiro”, sob a liderança do Ir.˙. Alberto Mansur, Grande Mestre do Supremo Conselho da Ordem de Molay. Graças à origem maçônica de seu introdutor, criou-se o conceito de que a Ordem de Molay é ligada às Grandes Lojas estaduais brasileiras, o que é absolutamente falso, já que uma entidade paramaçônica não tem vínculo com Obediências; e, além de tudo, quem mais tem prestigiado e aproveitado a Ordem, têm sido os Grandes Orientes independentes, surgidos da dissidência ocorrida no Grande Oriente do Brasil, em 1973.
Fruto dessa falsa idéia, ou não, ocorreu, em 1983, a aprovação, pela Soberana Assembléia Federal Legislativa do Grande Oriente do Brasil, por proposta do Ir.: Adison do Amaral, da Lei No. 002, sancionada pelo Ir.˙. Mathatias Bussinger, Grão-Mestre Adjunto, no exercício do Grão-Mestrado Geral, a qual criava a Ação Paramaçônica Juvenil - APJ, cuja intenção é promover a educação integral e integrada de crianças e adolescentes de ambos os sexos, auxiliando na sua formação física e intelectual.
Nenhum maçom, em sã consciência, pode ser contrário a essas entidades, pois as finalidades de ambas representam tudo aquilo que está consubstanciado na doutrina maçônica. Mas, e os lowtons? Como fica a adoção de lowtons? Nesse ponto, as instituições citadas têm sido deletérias, aparentemente. Porque estão precipitando o fim de uma tradição tricentenária, que nunca perde a atualidade e a importância. E que é muito mais maçônica!
José Castellani
Excelente o artigo. Estou levando para a nossa Casa de Lowtons.
ResponderExcluirOlá, gostaria de mais informações sobre Lowtons, tenho profundo interesse que meu filho tenha a adoção da maçonaria, ele é neto de maçom. Moramos em São José dos Campos SP. Desde já agradeço, abraço fraterno
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