sexta-feira, 8 de maio de 2009

Meus Irmãos - CÂNCER DE PRÓSTATA - É Coisa Séria


De início salientamos que o câncer de próstata é uma doença freqüente e que “não dá só no visinho ou conhecido” ela pode surpreendê-lo. Qualquer um perdeu um amigo, conhecido ou parente em decorrência desta terrível doença.
Infelizmente as campanhas governamentais não têm enfocado este tema, tão vital. E quando o fazem, não há a ênfase necessária para criar um patamar de consciência que supere o alto grau de preconceito que envolve o tabu da masculinidade do homem, se me permitem o pleonasmo. Este tabu está presente em todas as classes sociais, há pessoas com bom nível sócio-cultural, que não fazem absolutamente nenhuma prevenção, não por falta de consciência, mas simplesmente pela ridícula masculinidade, como se alguém submetido ao famoso toque retal, pudesse mudar sua identidade sexual.

Há o exame de sangue que serve de rastreio para o câncer de próstata - o PSA. Pois bem, esse pessoal, do preconceito, descobriu o teste do PSA. Então os espertinhos não vão ao médico e sim ao laboratório e dosam o PSA, verificam os valores de referência, os quais se estiverem normais tudo bem, certo? Não e não, errado, o que os sabidos não sabem, é que o teste do PSA, deixa de detectar 20% dos cânceres de próstata. Exatamente vinte em cada cem cânceres de próstata não alteram o PSA. Então onde foi parar a esperteza?
Vamos todos fazer o exame, procure seu médico clínico geral ou urologista, assim como toda mulher tem um ginecologista, todo homem deveria ter seu clínico ou urologista.
Vá à consulta preventiva do câncer de próstata, anualmente, a partir dos 45 anos de idade. Se houver histórico familiar de câncer de próstata, câncer de mama ou se o paciente for negro, deve-se começar a prevenção anual aos 40 anos.
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CÂNCER DE PRÓSTATA

O que é?

O câncer de próstata (CP) é o tumor mais comum em homens com mais de 50 anos de idade. Com os progressos da Medicina e de outras áreas que interferem com a saúde, espera-se para as próximas décadas uma população cada vez maior de homens atingindo faixas etárias bem superiores àquela. Conclui-se, portanto, que mais casos de CP serão diagnosticados. Atualmente, existem no país diversas campanhas de detecção precoce dessa neoplasia (câncer).

O diagnóstico precoce é deveras importante, visto ser esse um câncer curável nos estágios iniciais.

Como se desenvolve?

A próstata é uma glândula localizada próximo à bexiga cercando a uretra na sua porção inicial. As secreções prostáticas são o maior componente do líquido seminal (ou esperma).

A origem do CP é desconhecida, entretanto, presume-se que alguns fatores possam influenciar o seu desenvolvimento.

· Entre eles, o fator genético, visto a incidência desta neoplasia ser maior em familiares portadores da doença. A presença de CP em parentes do primeiro grau aumenta a probabilidade de diagnóstico desse câncer em 18%.

· O fator hormonal é bastante importante, pois essa neoplasia regride de maneira significativa com a supressão dos hormônios masculinos (por exemplo, castração). Pesquisas feitas em ratos tratados cronicamente com testosterona mostraram o desenvolvimento do câncer de próstata nesses animais. A testosterona não é indutora de câncer, entretanto, em homens já com a neoplasia ou com predisposição, a testosterona estimularia o seu crescimento. Por outro lado, o CP não ocorre em eunucos.

· Ultimamente, tem se dado muita atenção ao fator dieta. Dietas ricas em gordura predispõem ao câncer e as ricas em fibras e tomate diminuem o seu aparecimento. Baseados em levantamentos epidemiológicos em áreas geográficas de maior incidência de CP notou-se que dietas ricas em gordura aumentam os riscos de seu aparecimento. Talvez por interferência no metabolismo dos hormônios sexuais, várias outras substâncias estão sob investigação como as vitaminas, o cádmio, o zinco.

· Doenças venéreas não tem relação com o CP embora o herpesvírus tipo II e o citomegalovírus induzam transformações carcinogenéticas em células embrionárias de hamster (pequeno animal de experimentação).

· O fator ambiental é alvo, também, de investigação. Populações de baixa incidência de CP, quando migram para áreas de alta incidência, apresentam um aumento na ocorrência de casos. Fumaça de automóveis, cigarro, fertilizantes e outros produtos químicos estão sob suspeita.

O que se sente?

Nas fases iniciais nada se sente. O tumor somente é detectado em exames clínicos e laboratoriais de rotina que são:

· O toque e

· A dosagem do antígeno prostático específico ou PSA.

Nos casos de CP sintomático, o paciente se queixa de dificuldade para urinar, jato urinário fraco, sensação de não esvaziar bem a bexiga, ou seja, sintomas de obstrução urinária. Sangramento na urina pode ser uma queixa, embora mais rara.

O paciente pode manifestar dores ósseas como sinal de uma doença mais avançada (metástases).

Anemia, perda de peso, adenopatias (ínguas) no pescoço e na região inguinal podem também ser a primeira manifestação da doença.

Como se faz o diagnóstico?

Todo o homem a partir dos 45 anos deve realizar o toque retal e dosagem do PSA, principalmente aqueles com história familiar de CP (e de câncer de mama), independentemente de sintomas. Em caso de toque anormal e ou PSA elevado, o paciente deverá ser submetido a uma ecografia transretal com biópsia prostática. Os fragmentos obtidos serão levados ao exame anátomo-patológico. Uma vez confirmado o diagnóstico, o tumor deverá ser estagiado. Isto significa que exames deverão ser solicitados a fim de que se possa saber se o tumor está confinado à próstata ou se já invadiu órgãos adjacentes (bexiga, vesículas seminais, reto) ou se já enviou metástases. A cintilografia óssea é o exame mais útil nessa fase e nos dá informações quanto à metástases no esqueleto.

Outros exames eventualmente pedidos são: fosfatase alcalina, tomografia computadorizada de abdômen, radiografias de tórax, radiografias do esqueleto.

Como se trata?

O CP pode estar confinado à próstata na forma de um pequeno nódulo, como também pode estar restrito a ela, porém envolvendo toda a glândula. O CP, além de localizado, pode estar comprometendo os limites desse órgão e invadir outros órgãos adjacentes, como as vesículas seminais ou a bexiga. Linfonodos obturadores e ilíacos são, geralmente, o primeiro estágio das metástases para depois ocorrerem metástases ósseas.

Para descrever a extensão do tumor (estadiamento) existem várias classificações (classificação de Whitmore, TNM). Além do fato extensão tumoral, é importante saber que o CP apresenta uma diversificação de células, mais ou menos malignas, que também sofrem um processo de classificação (Classificação de Gleason).

Baseado no estadiamento do tumor e de sua classificação de Gleason é que se escolhe o tipo de tratamento.

· Para os tumores localizados dentro da glândula, a prostatectomia radical e a radioterapia são as primeiras opções e consideradas curativas.

· Os tumores que avançam para fora da próstata, mas sem evidência de metástases, são geralmente tratados com radioterapia.

· Os tumores metastáticos são paliativamente controlados com hormônios femininos, orquiectomia, drogas anti-androgênicas ou análogos do LHRH.

O tratamento do CP é muito controverso pois são muitas as variáveis:

· Idade do paciente

· Níveis do PSA

· Estágio do tumor

· Tipo histológico

Além disso, deve-se discutir com o paciente as complicações do tratamento.

· Tanto a prostatectomia radical quanto a radioterapia podem deixar o paciente impotente bem como incontinente urinário.

· A hormonioterapia diminui a libido e causa impotência sexual.

· Deve-se considerar também a idade do paciente na época do diagnóstico e sua expectativa de vida sem a doença.

· Pacientes muito idosos e com baixa expectativa de vida certamente se beneficiarão com tratamentos menos agressivos.

· Problemas psicológicos e culturais fazem da orquiectomia (retirada dos testículos) um tratamento indesejado. Outras formas de terapia não têm bons resultados ou estão sob investigação, como é o caso da quimioterapia, terapia genética e fatores do crescimento.

Qual é o prognóstico?

O prognóstico depende do estádio (extensão) e grau histológico (Gleason), principalmente. Se o CP é localizado e se o paciente realizar uma prostatectomia radical, a sobrevida em 10 anos pode atingir 90%, sendo equivalente à da população normal. O índice de recorrência local após 5 anos é de 10% contra 40% da radioterapia. A radioterapia utilizada no CP localizado ou localmente avançado (fora da próstata mas sem metástases) apresenta biópsias positivas de 60 a 30% dos casos quando realizadas seis meses e dois anos respectivamente após o tratamento.

Nos casos metastáticos, o tratamento é paliativo e o prognóstico bem mais reservado.

Perguntas que você pode fazer ao seu médico

Existe maneira de fazer o diagnóstico precoce do câncer de próstata?

Existe cura para o câncer de próstata?

Como se trata este câncer?

Devo operar ou não?

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