Quando falamos sobre o duelo, a impressão que se tem é a de que estamos tratando de um assunto ultrapassado. Mas, se analisarmos bem, veremos que é uma prática que continua muito atuante entre nós, simplesmente porque os sentimentos que o motivam são, na maioria das vezes, o orgulho e a vaidade, sentimentos dos quais ainda não conseguimos nos libertar.
É claro que nos dias atuais já não existe aquele duelo tradicional, como nos tempos passados, quando duelar era considerado uma coisa normal e o duelista nem era encarado como criminoso.
Geralmente, tudo começava com uma discussão, uma desinteligência qualquer, que fazia um indivíduo se sentir ofendido na sua honra e daí se partia para o desafio e, do desafio, partia-se para o confronto fatal.
Geralmente, tudo começava com uma discussão, uma desinteligência qualquer, que fazia um indivíduo se sentir ofendido na sua honra e daí se partia para o desafio e, do desafio, partia-se para o confronto fatal.
O que é essa tal defesa da honra, senão uma inequívoca demonstração de orgulho e prepotência? Como um homem pode se achar no direito de tirar a vida de outro, mesmo com a desculpa de que dará, também ao outro a oportunidade de tirar a vida dele? Ora, essas vidas pertencem a Deus. Foi Ele que as criou. Portanto, só Deus tem o direito de tirá-las.
Hoje em dia, não temos mais aquele velho e tradicional duelo, mas realmente já o abolimos? Será que já nos libertamos do orgulho e da vaidade que nos impelem à prática de um outro tipo de duelo? Não matamos mais com espadas ou pistolas, mas será que não matamos ou não nos deixamos matar de outro modo? Tem gente que mata ou morre de raiva, de decepção, de tristeza, de angústia, de tédio, de solidão, de inconformismo... E por aí vai!
E continuamos nos duelando no nosso dia a dia: no recinto doméstico, no ambiente de trabalho; no empurra-empurra das filas; nos “rachas” e nas ultrapassagens arriscadas no trânsito; nas discussões acirradas por causa de futebol, religião, partido político e etc.
Se continuamos nos duelando, onde está a nossa evolução moral?
Vamos continuar colocando nossos sentimentos inferiores à frente das nossas atitudes fraternalmente racionais? Quando aprenderemos a perdoar? A conviver pacificamente com os nossos semelhantes? A encarar os defeitos alheios como fraquezas - que também possuímos - e a sermos mais tolerantes para com o próximo?
Quando iremos entender que todos somos seres imperfeitos e que devemos nos ajudar neste processo de crescimento, em vez ficarmos nos matando em duelos dissimulados?
Em Maçonaria não é diferente!
Fica o convite, meus irmãos, para refletirmos sobre tudo isso e lançarmos um desafio ao único duelo concebível: o duelo do homem novo - mais consciente e espiritualizado - que começa a surgir em nós, contra o homem velho - com o seu materialismo e as suas más inclinações – que precisa ser combatido diariamente em nossa intimidade.
Que o G.'. A.'. D .'. U.'. nos ilumine e guarde!
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