Muito já se escreveu sobre a emocionante epopéia das lutas da Maçonaria contra o Feudalismo e a Inquisição, ou seja, contra o absolutismo ou totalitarismo político e religioso, em prol da libertação dos povos, como certamente jamais se escreveu em qualquer idioma. Quem a lê compreende melhor o importante papel que a Maçonaria representou na história da evolução humana, principalmente na Itália, França, Alemanha, Rússia, Portugal, Espanha, Inglaterra, Turquia, Cuba, México, Brasil, etc.
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Ante a memória dos gigantes da Maçonaria, que, desafiando as chamas da Inquisição e os punhais dos esbirros, prepararam a queda de instituições odiosas e anacrônicas e o advento de melhores condições de vida para a humanidade, hoje desolado, pergunto: "Mas, que resta hoje da Maçonaria, essa poderosa instituição que, segundo os historiadores, derrubou Bastilhas seculares e reergueu de sob as ruínas destas os povos e os homens para uma nova existência mais luminosa e mais digna? Morreu, desapareceu da História, depois de ter completado a sua missão redentora? Não haverá hoje no mundo mais tirania a combater nem mais miséria a profligar?"
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Uma análise imparcial e serena da Maçonaria no Brasil leva-nos à triste, dolorosa e decepcionante conclusão de que, depois de ter feito a Abolição da escravatura, a Independência e a República, sucedeu à Maçonaria, cair num sono repentino e tumular, e, até hoje, que o saibamos, não fez mais nada...
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Expressão genuína da classe média, em seu desenvolvimento, pelo seu crescente poder, de princípio, e, logo, pela sua decadência, a Maçonaria representa, de certo modo, o desenvolvimento, o poder e a decadência moral e intelectual da burguesia. Através do século 19, o Grande Oriente havia reunido em seu seio os espíritos mais distintos, os corações mais ardentes, as vontades mais altivas, os caracteres mais audazes, e tinha constituído uma organização ativa, poderosa e realmente benfeitora. Era a encarnação enérgica e a realização humanitária dos altos ideais do século 18. Todos esses grandes princípios de Igualdade, Liberdade e Fraternidade, Razão e Justiça humanas, elaborados, primeiro, pela filosofia daquele século, tinham-se, depois, convertido, no seio da Maçonaria, em dogmas práticos, e, à maneira de bases de uma moral e de uma política novas, haviam-se tornado a alma de uma empresa gigantesca de demolição e de reconstrução.
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Os atores principais da revolução que, no Brasil e no mundo, derrubou a Escravatura, a Inquisição, o Feudalismo e a Monarquia e instaurou a República, foram todos eles maçons, que fizeram eclodir tal revolução com o apoio de amigos e irmãos, cooperadores decididos e poderosos. Hoje, porém, que resta dessa grande e gloriosa colméia de abelhas de um mundo novo, que o Grande Oriente se orgulhou, com justo motivo, de ser? Nada, ou pouco menos. Com os golpes fascistas de 1935 e 1937, interrompeu-se a sua missão redentora, visto que, tendo-se tornado, na maior parte do país, servidora ou, pelo menos, acatadora do Estado Novo e da correspondente situação fascista, que dominava o mundo, perdeu toda sua razão de ser. Homens com mentalidade totalitária, como os falecidos grão-mestres Moreira Guimarães e Rodrigues Neves desviaram a instituição dos seus rumos libertários, pondo-a ao serviço dos seus pontos-de-vista particulares e reacionários.
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E hoje, sem um objetivo, como teve no passado, quando lutava em prol de alguma coisa ideal e nova (a Abolição, a Independência, a República), a Maçonaria conserva-se por aí, estacionária, acéfala, sediça e impotente, puxada à arreata por uns pobres-diabos, infantis e analfabetos, com fumaças de sabichonice, grávidos de presunção, hidrópicos de água-benta e fedendo a reacionarismo. A única preocupação da Maçonaria no Brasil de hoje parece ser a de substituir-se à Igreja Católica. Um tira-te daí, que eu quero me colocar lá! Outros querem se perpetuar no cargo e admirem-se! Muitos acham que não há ninguém capaz de representar-nos senão ELESSS!
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Sociedades secretas houve sempre, desde que no mundo apareceram o primeiro senhor e o primeiro escravo, e existirão sempre, enquanto o homem for lobo do homem. Podem mudar de nome, de ritos e de métodos, acompanhando a evolução das sociedades, mas no fundo existirão sempre, como defensoras do indivíduo.
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No Brasil, antes de fazer o seu testamento e ceder o lugar a outra instituição porventura mais preparada para lhe suceder como dínamo do progresso social, a atual Maçonaria, que no Brasil conta com cerca de 700 lojas — infelizmente, em sua maioria "adormecidas" ou quase — espalhadas por todo o território, poderá ainda realizar tarefas eminentemente úteis, em prol do estabelecimento dum mundo melhor. Apontemos algumas delas:
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1. combate ao analfabetismo, vergonha nacional,
2. criação de cooperativas, como o meio mais eficiente de ensinar os produtores a administrar, com dispensa do Estado e dos intermediários e com real vantagem sobre um e outros, a produção e o consumo.
3. luta em prol da reforma agrária, não no sentido da divisão da terra, que só servirá para criar novos proprietários, mas no da coletivização da terra, em forma cooperativista.
1. combate ao analfabetismo, vergonha nacional,
2. criação de cooperativas, como o meio mais eficiente de ensinar os produtores a administrar, com dispensa do Estado e dos intermediários e com real vantagem sobre um e outros, a produção e o consumo.
3. luta em prol da reforma agrária, não no sentido da divisão da terra, que só servirá para criar novos proprietários, mas no da coletivização da terra, em forma cooperativista.
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Para a realização deste a um tempo simples e grandioso programa, mister se torna a existência de homens com mentalidade que lhes permitam concebê-lo e levá-lo a cabo. Infelizmente, porém, a maioria dos homens que enchem as Lojas no Brasil é constituída pelo pior que existe na sociedade, quanto ao seu valor intelectual e até mesmo, em muitos casos, moral. Há, sem dúvida, no seio da Maçonaria, muitos idealistas sinceros, mas estes são asfixiados pelos oportunistas. O critério que preside ao recrutamento de novos maçons limita-se a verificar se os candidatos possuem os "metais" (dinheiro) necessários ao pagamento da cerimônia da iniciação, sem esquecer as despesas com o respectivo banquete, pois saciar a fome do estômago é hoje, para a maioria dos maçons no Brasil, uma preocupação que sobreleva a de satisfazer a fome, que raros sentem, do espírito. Daí estarem as Lojas, em sua maior parte, dominadas por analfabetos, reacionários, homens de mente fossilizada e por elementos indesejáveis de toda a espécie, inteiramente inadaptáveis e até contrários à missão histórica e aos princípios da Maçonaria, que entram na instituição com o único objetivo de arranjarem pingues empregos, alargarem a esfera dos seus negócios ou obterem votos para, eleitos deputados, se converterem nos piores demagogos. À qualidade prefere-se hoje, infelizmente, no seio da Maçonaria, a quantidade, inimiga daquela. E este é o grande obstáculo à realização da missão histórica da tradicional instituição dos pedreiros-livres.
Para a realização deste a um tempo simples e grandioso programa, mister se torna a existência de homens com mentalidade que lhes permitam concebê-lo e levá-lo a cabo. Infelizmente, porém, a maioria dos homens que enchem as Lojas no Brasil é constituída pelo pior que existe na sociedade, quanto ao seu valor intelectual e até mesmo, em muitos casos, moral. Há, sem dúvida, no seio da Maçonaria, muitos idealistas sinceros, mas estes são asfixiados pelos oportunistas. O critério que preside ao recrutamento de novos maçons limita-se a verificar se os candidatos possuem os "metais" (dinheiro) necessários ao pagamento da cerimônia da iniciação, sem esquecer as despesas com o respectivo banquete, pois saciar a fome do estômago é hoje, para a maioria dos maçons no Brasil, uma preocupação que sobreleva a de satisfazer a fome, que raros sentem, do espírito. Daí estarem as Lojas, em sua maior parte, dominadas por analfabetos, reacionários, homens de mente fossilizada e por elementos indesejáveis de toda a espécie, inteiramente inadaptáveis e até contrários à missão histórica e aos princípios da Maçonaria, que entram na instituição com o único objetivo de arranjarem pingues empregos, alargarem a esfera dos seus negócios ou obterem votos para, eleitos deputados, se converterem nos piores demagogos. À qualidade prefere-se hoje, infelizmente, no seio da Maçonaria, a quantidade, inimiga daquela. E este é o grande obstáculo à realização da missão histórica da tradicional instituição dos pedreiros-livres.
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Precisamos rejuvenescer a instituição a que pertencemos, pondo-a ao serviço dos grandes, dos generosos ideais do nosso tempo.
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