quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Estar Entre Colunas - O Que Isto Significa?



I- INTRODUÇÃO

O propósito do presente trabalho é delinear os direitos e obrigações do “Entre Colunas”, prática muito usada especialmente nas reuniões capitulares de uma das Ordens Básicas da Maçonaria, que foi a Ordem dos Cavaleiros Templários. Infelizmente, não mais tem sido ensinada e nem posta em práticas nas Lojas.

O interior de uma loja Maçônica (Templo) é dividido em quatro partes, onde a mesma simboliza o Universo. Assim temos o Oriente, o Norte e o Sul.

Em algum tempo na história, logo após a construção do primeiro templo Maçônico do mundo, o Freemasons Hall, em Londres, no ano de 1776, baseado inteiramente no parlamento Inglês, construído em 1296, estabeleceu-se que as áreas pertencentes ao Norte e ao Sul chamar-se-iam Coluna do Norte e Coluna do Sul.

Assim, quando um Irmão, em Loja está Entre a Coluna do Norte e a do Sul, e não entre as Colunas B e J. Mesmo próximo à grade que separa o Oriente do resto da Loja, o Irmão estará Entre Colunas. Desta forma é extremamente incorreto dizer que o passo ritualístico dos maçons tem que começar entre as Colunas B e J.

Tanto isso é verdade, que os Templos modernos, especialmente de Lojas de Jurisdição da Grande Loja Unida Sul Americana, que tem as Colunas B e J junto a porta de entrada do templo pelo lado de dentro, já o Grande Oriente do Brasil de MG, têm suas Colunas B e J no Átrio, e não no interior do Templo.


Em síntese, podemos apresentar algumas situações do que é “Estar Entre Colunas”:

• É conjunto de Obreiros que formam as Colunas do Norte e do Sul;

• Em sentido figurado, são os recursos físicos, financeiros morais e humanos, que mantêm uma instituição maçônica em pleno funcionamento;

• É quando a palavra está nas Colunas em discussão;

• É quando o Irmão, colocar-se ou postar-se entre as Colunas do Norte e do Sul, no centro do piso de mosaico onde isto evidencia que o Obreiro que assim o faz, é o Alvo de atenção de toda Oficina;

• Na circulação do Tronco de Beneficência, o Hospitaleiro aguarda Entre Colunas;
• Quando a Porta-Bandeira, com a Bandeira apoiada no ombro, entra no templo este por sua vez se põe Entre Colunas;

• Na apresentação de Trabalhos, o Irmão se apresentar “Entre Colunas” durante o Tempo de Estudos, ou no Período de Instrução;

• No atraso do Irmão, o mesmo ao adentrar ao Templo ficará à Ordem e Entre Colunas, aguardando a ordem do Venerável Mestre para que tome posse do assento.

II – DESENVOLVIMENTO

Em toda a Assembléia Maçônica, os irmãos poderão fazer uso da palavra em momento oportuno; caso queira obter a palavra estando “Entre Colunas”, poderá solicitá-la com antecedência ao Venerável Mestre, e obrigatoriamente levar ao seu reconhecimento o assunto a ser tratado.

Sendo o Obreiro impedido de falar, ou sofra algum desrespeito a seus direitos, poderá solicitar ao Venerável Mestre que o conduza ”Entre Colunas”, e se autorizado pelo Venerável o mesmo poderá falar sem ser interrompido desde que haja um decoro de um Maçom.

Se, para estar Entre Colunas é necessária a autorização do Venerável Mestre, em contra partida, nenhum Irmão pode se negar de ocupar aquela posição, quando legalmente solicitado pela Loja, sob pena de punição.

No entanto, as possibilidades do uso da Palavra Entre Colunas são muitas e constituem um dos melhores instrumentos dos Obreiros do Quadro, sendo uma das maiores fontes de direito, de liberdade e de garantia, tanto para os irmãos, quanto para a loja.

Não há regulamentação; tal vez por isso, cada dia esse direito vem sendo eliminado dos trabalhos maçônicos.

Atualmente um Irmão somente é solicitado a estar Entre Colunas, em situação de humilhação e situações tanto quanto degradantes e constrangedoras. Associou-se a idéia de responder Entre Colunas à idéia de punição, quando em realidade isso deveria ser diferente e muito melhor explorado, em beneficio do Quadro de Obreiros de todas as lojas.

Estando Entre Colunas, um Irmão pode acusar, defender a sua ou outrem, pedir e julgar, assim como comunicar algo que necessite sigilo absoluto, devendo estar consciente da posição que está revestido, isto é, grande responsabilidade por tudo que disser ou vier a fazer.

A tradição maçônica é tão rigorosa no tange á liberdade de expressão, que quando um Irmão estiver em Pé e a Ordem e Entre Colunas, para externar sua opinião ou defender-se, não pode ser interrompido, exceto se tiver sua palavra cassada pelo Venerável Mestre, ato este conferido ao mesmo.

Estando Entre Colunas, o Irmão NÃO poderá se negar a responder a qualquer pergunta, por mais íntima que seja e também não poderá mentir ou omitir sobre a verdade dos fatos, pois desta forma o Irmão perde sumariamente os seus direitos maçônicos, pelo que deve ser julgado não importando os motivos que o levaram a tal atitudes.

Por motivos pessoais, um maçom pode se negar a responder a quem quer seja, aquilo que não lhe convier, mas se a indagação for feita Entre Colunas, nenhuma razão justificará qualquer resposta infiel.

Igual crime comete aquele que obrigar alguém a confessar coisas Entre Colunas injustificadamente, aproveitando-se da posição em que se encontra o Irmão sem que haja razão lícita e necessária, por perseguição ou com intuito de ofender, agravar ou humilhar desnecessariamente.

Quando um irmão está Entre Colunas e indaga os demais Irmãos sobre qualquer questão, de forma alguma lhe pode ser negada uma resposta e nenhuma razão justificará que seja mantido silêncio por aquele que tenha algo a responder.

Uma aplicação prática do Entre Colunas pode ser referentes a assuntos de fora do mundo maçônico. É lícito e muito útil pedir informações Entre Colunas, sejam sociais, morais, comerciais, etc., sobre qualquer pessoa, Irmão ou Profano, desde que haja razões válidas para tal fim. Qualquer dos presentes que tiver conhecimento de algo está obrigado a declarar, sob pena de infração ás leis Maçônicas.

O Irmão que solicitou as informações poderá fazer uso das mesmas, porém deve guardar o mais profundo silêncio sobre tudo que lhe for revelado e jamais poderá, com as informações recebidas, praticar qualquer ato que possa comprometer a vida dos informantes ou a própria Loja. Se não agir dessa forma será infrator das Leis Maçônicas Universais.

Suponhamos que um Irmão tenha algum negócio a realizar em outra cidade e necessita informações, mesmo comerciais, sobre alguma pessoa ou firma. A ele é lícito indagar essas informações Entre Colunas e todos os demais Irmãos, se souberem de algo a respeito, são obrigados a darem respostas ao solicitante.

Outro meio Lícito e útil de se obter informações é através de uma prancha, endereçada a uma determinada Loja, para se lidar Entre Colunas.

Neste caso, a Loja é obrigada a responder, guardar o mais profundo silêncio sobre o assunto, cabendo a ela todos os direitos, obrigações e cabendo todos os direitos, obrigações e responsabilidades ao solicitador, que deverá guardar segredo sobre tudo o que lhe foi respondido e a fonte de informações.

III – CONCLUSÃO

Muitas são acepções que norteiam sobre os ensinamentos do significado de Estar entre Colunas, porém, deve o Maçom sempre edificar suas Colunas interiores embasado pelos Princípios da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, primando pelo bem-estar da família e pelo aperfeiçoamento da sociedade através do trabalho e do estudo, para com isso perfazer-se um homem livre e de bons Costumes.

Como dissemos no início, não há mais regulamentação ou Leis Normativas para o uso do Entre Colunas; e se não há normas que sejam encontradas nos livros maçônicos, é porque pura e simplesmente os princípios da condição de “Estar Entre Colunas”, é de que somente a verdade pode ser dita. Obedecido este princípios tudo mais é decorrência.


Este, alegoricamente, talvez seja o real significado no bojo dos ministérios que regem as Colunas da Maçonaria, pois Estar entre Coluna é estar entre Irmãos.

BIBLIOGRAFIA



ASLAN, Nicola. Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia. Londrina: “ A TROLHA.
CARVALHO, Assis. Companheiro Maçom. Londrina ”A TROLHA”.
Símbolos Maçônicos e suas origens. Londrina: “A TROLHA”.
CASTELLANI, José. Liturgia e Ritualística do Grau de Aprendiz Maçom.
EGITO, José Laércio do. In Coletânea 2. Londrina: “ A TROLHA”.
PUSCH, Jaime. A B C do aprendiz.
Colaboração e Pesquisa: Weber Varrasquim “GLUSA”.

Julho de 2011

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Mozarildo quer uma Maçonaria ativa e de olho no futuro



Construir uma maçonaria ativa no presente, mas sem perder de vista o futuro. Essa foi a reflexão lançada pelo maçom e senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), nesta sexta-feira (19), na sessão do Senado em homenagem ao Dia do Maçom, celebrado em 20 de agosto.

Se os desafios da Maçonaria na atualidade passam pelo combate à miséria e à corrupção, nada mais lógico - assinalou Mozarildo - que enfrentar essas mazelas pelo envolvimento da entidade em ações educacionais e sociais. Mas, para o parlamentar, o engajamento nessas duas frentes não basta.

- A Maçonaria do presente, que quer construir o futuro, tem de estar atuante, tem de ser muito mais proativa, tem de ir atrás participando da política - convocou Mozarildo.

A realização de eleições para vereador e prefeito, em 2012, foi apontada pelo senador como uma oportunidade nessa missão. Mozarildo disse discordar do incentivo ao debate partidário dentro das lojas maçônicas, mas sustentou que essas entidades não podem se omitir da participação na política e da discussão de temas de interesse nacional.

- Eu vejo, às vezes, manifestos maçônicos protestando contra a corrupção, mas eu pergunto: quantos maçons se candidatam na eleição para que nós possamos ter gente não-corrupta eleita? Quantos maçons se engajam na campanha de um irmão maçom ou de uma pessoa que, não sendo maçom, é correta? - questionou.

Mozarildo disse considerar ruim quando uma sociedade só faz reclamar dos problemas ou preferir simplesmente ignorá-los. Em sua avaliação, esses comportamentos são "um prato feito para aqueles que são realmente corruptos e que se alimentam, como disse Martin Luther King, do silêncio dos bons, da omissão dos bons".

Da Redação / Agência Senado

Maçonaria tem a tarefa de combater a corrupção e completar a república, diz Cristovam

Durante a homenagem à maçonaria feita pelo Senado nesta sexta-feira (19), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) lembrou que os maçons estiveram envolvidos na independência do país, na abolição da escravatura e na proclamação da república, mas afirmou que esses processos "ainda não foram completados" e que a maçonaria pode contribuir para que isso aconteça. Ele disse que o Brasil ainda não pode ser considerado um país plenamente republicano devido aos níveis de corrupção que apresenta.

- É uma tarefa da maçonaria ajudar o Brasil a se livrar da corrupção - reiterou.
Cristovam ressaltou que há duas formas de corrupção. Uma delas, "que a imprensa felizmente denuncia", é visível e envolve a corrupção do comportamento (como o dos políticos que desviam verbas governamentais para benefício próprio; é a apropriação privada de recursos públicos).
Mas há outra, "para a qual a mídia fecha os olhos", que envolve a corrupção de prioridades, a qual se revela "no uso eticamente equivocado do dinheiro público, quando o governo gasta, por exemplo, para viabilizar o transporte privado em vez de gastar mais com escolas, saúde e esgotos".
Segundo Cristovam, a corrupção de prioridades não é visível e o seu resultado "até nos orgulha, quando passamos por um viaduto e ignoramos as pessoas que moram embaixo dele, já que a prioridade, nesse caso, é dos carros".
- Nós precisamos da rede e da força que os maçons têm para limpar o país dessas duas formas de corrupção - declarou.
Além da questão da corrupção, o senador argumentou que é fundamental acabar com a desigualdade no acesso à educação e à saúde. Para Cristovam, uma república não precisa de igualdade plena, inclusive porque há desigualdades resultantes de vocações e esforços pessoais, "mas não pode conviver com imoralidades, como é o caso do acesso desigual à educação e à saúde".
- Aí está o caminho para completar a república: permitir que o filho do trabalhador estude em uma escola com a mesma qualidade da escola do filho do patrão - assinalou.
A homenagem realizada nesta sexta-feira - o Dia do Maçom é celebrado no dia 20 de agosto - foi solicitada pelo senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), que é maçom.
Entre os participantes da sessão estavam Marcos José da Silva, grão-mestre geral do Grande Oriente do Brasil; Vanderlei Freitas Valente, secretário geral da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil; Rubens Ricardo Franz, primeiro secretário da Confederação Maçônica do Brasil; Lucas Francisco Galdeano, grão-mestre adjunto do Grande Oriente do Distrito Federal; e o deputado federal Izalci Lucas Ferreira (PR-DF).

Da Redação / Agência Senado

Enviado pelo irmão Cícero Gabriel Sandes de Oliveira
M.·.M.·.I.·. - Venerável Mestre - Biênio 2011/2012
Loja Luz e Verdade nº 23 Oriente de Delmiro Gouveia-Al Reunião as Quinta feira às 20:00h
Residência - Água Branca-Alagoas
Fone: Fixo(82) 3644-1132 (Cel 82) 9916-2391
"É Polindo a nossa imensa P.B. que viveremos em Paz e venceremos as
nossas lutas."

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Cargos em Loja Maçônica do R∴E∴A∴A∴

PREFÁCIO


A Fraternidade constitui a relação existente entre irmãos, sendo que, da mesma forma, a Maçonaria constitui a grande relação entre todos os maçons. Uma vez que relações fraternais pressupõem a inexistência de barreiras discriminatórias, é necessário que exista Igualdade para que os maçons possam ser denominados Irmãos.

Portanto, sendo a fraternidade um predicado fundamental da Maçonaria, também o é a Igualdade. Igualdade significa não diferenciação, sendo que, sob o aspecto maçônico, significa a não-diferenciação entre os Irmãos. Considera-se, pois, que os maçons podem ser considerados iguais quando, entre eles, inexiste qualquer diferenciação em termos de condições de tratamento e oportunidades.

Na maçonaria, as oportunidades apresentam-se das mais variadas formas, sendo que uma delas é a de exercer papéis ritualísticos dentro da oficina, maçonicamente denominados "Cargos em Loja".

Assim, sabiamente, criou-se o termo "Jóias Móveis", que faz referência ao aspecto rotativo dos cargos que governam uma Loja Maçônica. Ninguém na Maçonaria, pode ser governo, mas sim estar no governo, sendo que, aquele que despontou no Oriente como o Sol da Sabedoria, deve retornar ao Ocidente para, humildemente, guardar a porta do templo.

Evidentemente, não é possível que tais cargos sejam exercidos por todos os Irmãos da Loja, tanto pelo número de Irmãos existentes, quanto pelas qualificações exigidas pelo cargo.

A despeito das considerações formuladas, há de se reconhecer que o objetivo deste prefácio é demonstrar a sobeja importância dos Títulos dos Cargos e suas respectivas Jóias no universo maçônico.

Em primeiro plano, as jóias em loja gozam de relevante papel na administração de uma Loja Maçônica, porquanto distinguem os cargos e elevam os seus ocupantes à honorificência, o que certamente contribui para a seriedade e disciplina dos trabalhos desenvolvidos no dia-a-dia.

Assim, o Venerável, o 1° Vigilante e o 2° Vigilante são as Luzes da Loja.

As dignidades da Loja constituem seu Poder Executivo, com exceção do Orador, que é membro do Ministério Público.

À exceção das Luzes das Lojas, os cargos da Administração poderão ter adjuntos que auxiliarão os titulares em suas tarefas, bem como os substituirão quando necessário, sendo indicados pelos respectivos titulares e nomeados pelo Venerável.



VENERÁVEL MESTRE



ESQUADRO



É o símbolo da sabedoria; por conseqüência, tal condição promove-o ao mais alto dirigente da Oficina, tornando-se o responsável pela administração geral da Loja, por isso é o portador do Primeiro Malhete, senta-se no Oriente, na cadeira do centro da mesa, denominado de “Trono de Salomão”.

A sua Jóia é o Esquadro, pois representa a retidão nas decisões.

O Irmão que assume este cargo passa por uma cerimônia denominada Sessão Magna de Instalação e Posse de Veneravel Mestre, recebendo o tratamento desde então de Mestre Instalado. O Irmão que deixa o cargo de Venerável Mestre recebe o título de Past Master ( ex mestre) e usa como insígnia, a jóia abaixo.

O Esquadro, com ramos desiguais (triângulo pitagórico), é uma das Jóias da Loja, ele figura em todos os graus da maçonaria como um dos emblemas mais expressivos.

Sendo o Esquadro o Símbolo da Retidão, como Jóia Distintiva do cargo de Venerável, indica que ele deve ser o Maçom mais reto e mais justo da Loja que preside. Como símbolo da Retidão, todo maçom deve subordinar suas ações. Como símbolo da virtude, devemos retificar nossos corações.

O Esquadro é, materialmente, o instrumento empregado nas construções. No plano intelectual e espiritual seu simbolismo é abrangente, rico, belíssimo. Sozinho, isoladamente, é a Jóia do Venerável, a simbolizar a grandeza, a sabedoria de seus julgamentos e ensinamentos aos membros da Oficina. É dessa sabedoria e discernimento da Justiça que devem brotar seus julgamentos e suas sentenças.

O Esquadro é formado pela junção da Horizontal com a Vertical formando um ângulo de 90 graus. Esse ângulo representa a Quarta parte do círculo. O centro do Circulo é o lugar do maçom; a circunferência marca e delimita o campo onde impera a Lei e a Virtude.

O Esquadro é, também, a representação do Nível (Primeiro Vigilante) e do Prumo (Segundo Vigilante) e, do equilíbrio resultante dessa união de linhas, temos o pluralismo universal ­ o do movimento da dinâmica e o da inércia, da estática.

Enfim, deve o Esquadro ser confiado àquele que tem a missão de criar Maçons perfeitos.

O Venerável-Mestre,tem as seguintes competências.

I – presidir os trabalhos da Loja, encaminhando o expediente, mantendo a ordem e não influindo nas discussões;
II – nomear as dignidades e os oficiais da Loja;
III – nomear os membros das comissões da Loja;
IV – representar a Loja ativa e passivamente, em Juízo e fora dele, podendo, para tanto, contratar procuradores;
V – convocar reuniões da Loja e das comissões instituídas;
VI – exercer fiscalização e supervisão sobre todas as atividades da Loja, podendo avocar e examinar quaisquer livros e documentos para consulta, em qualquer ocasião;
VII – conferir os graus simbólicos, solicitados pelos Vigilantes em suas respectivas colunas e satisfeito o seu tesouro; se necessário for, depois de deliberação da Loja
VIII – proceder à apuração dos votos, proclamando os resultados das deliberações;
IX – ler todas as peças recolhidas pelo saco de propostas e informações, ou pelo modo que o rito determinar, dando-lhes o destino devido;
X – deixar sob malhete, quando julgar conveniente, pelo prazo de até um mês, os expedientes recebidos pela Loja, exceto os originários da Grande Loja (GLUSA) do Delegado Regional;
XI – conceder a palavra aos Maçons ou retirá-la, segundo o Rito adotado;
XII – decidir questões de ordem, devidamente embasadas e citados nos landmarks, antigas leis, Constituições, Old Charges, Atos e Decretos do Grão Mestre e/ou do Estatuto ou Regimento Interno da Loja, ouvindo o representante do Ministério Público ( Orador), quando julgar necessário;
XIII – suspender ou encerrar os trabalhos sem as formalidades do Ritual quando não lhe seja possível manter a ordem;
XIV – distribuir, sigilosamente, as sindicâncias a Mestres Maçons de sua Loja;
XV – exercer autoridade disciplinar sobre todos os Maçons presentes às sessões;
XVI – encerrar o livro de presença da Loja;
XVII – assinar, juntamente com o Tesoureiro, os documentos e papéis relacionados com a administração financeira, contábil, econômica e patrimonial da Loja e os demais documentos com o Secretário;
XVIII – autorizar despesas de caráter urgente, não consignadas no orçamento, ad referendum da Loja, até o limite estabelecido em seu Estatuto ou Regimento Interno;
XIX – admitir, dispensar e aplicar penalidades aos empregados da Loja;
XX – encaminhar para a Grande Secretaria Geral da Guarda dos Selos até 01de março de cada ano, o Quadro de Obreiros, assinado por ele, pelo Secretário e pelo Tesoureiro;
XXI – encaminhar, até 01 de março de cada ano, o relatório-geral das atividades do ano anterior, assinado por ele, pelo Secretário e pelo Tesoureiro, para a Grande Secretaria Geral da Grande Loja;
XXII – recolher, na forma estabelecida na Lei orçamentária, as contribuições ordinárias e extraordinárias, bem como as taxas de atividade dos Maçons da Loja que dirige;
XXIII – fiscalizar e supervisionar a movimentação financeira, zelando para que os emolumentos e taxas devidos a Grande Loja sejam arrecadados e repassados dentro dos prazos legais.



PRIMEIRO VIGILANTE




NÍVEL


Portador do segundo Malhete, simboliza a Força, do qual se exsurge a energia positiva e o vigor que impulsiona à continuidade dos Trabalhos da Loja. Sua Jóia é o Nível Maçônico, representa a igualdade social. Seu lugar em Loja é no Ocidente ao Norte.

É a jóia usada pelo Primeiro Vigilante das lojas Maçônicas Simbólicas.

O 1º Vigilante é o assessor direto do Venerável-Mestre, a quem solicita a palavra diretamente por um golpe de malhete e a recebe de igual modo.

Tem o dever de dirigir e orientar a Coluna dos Aprendizes.

Essa ferramenta é formada por um esquadro justo, com ângulo no ápice de 90°, utilizada tanto para traçar linhas paralelas na horizontal, como para se verificar a horizontalidade de um plano.

É um instrumento menos completo que o Esquadro, porém mais que o Prumo, e, por tal razão, é conferido ao 1° Vigilante, aquele que naturalmente pode assumir o lugar do Venerável-Mestre, em caso de sua ausência.

Objetivamente o Nível é o instrumento destinado a determinar a horizontalidade de um plano. Ao inseri-lo na ordem simbólica provoca a reflexão acerca da igualdade, base do direito natural.

Não permite aos Maçons deixar esquecer que todos somos irmãos - filhos da mesma Natureza e que devemos nos interagir com igualdade fraterna.

Todos são dignos de igual respeito e carinho, seja aquele que ocupa o mais elevado grau da Ordem, seja o que se acha iniciando sua vida maçônica.

O Nível lembra que ninguém deve dominar os outros.

A exemplo da morte, que é a maior e inevitável niveladora de todas as efêmeras grandezas humanas, reduzindo todos ao mesmo estado, o Nível nos faz lembrar que a fraternidade deve ser praticada entre os irmãos com igualdade, sem distinções, ainda que estas existam dentro da organização hierárquica da Ordem.

O 1º Vigilante as seguintes competências.

I – substituir o Venerável Mestre;
II – instruir os Maçons sob sua responsabilidade de acordo com o Ritual.
Compete-lhe, ainda:
• anunciar as ordens do Venerável;
• autorizar os Obreiros de sua Coluna a falarem nos devidos momentos;
• comunicar ao Venerável que reina silêncio em ambas as Colunas;
• manter a ordem e o silêncio em sua Coluna;
• instruir os Obreiros de sua Coluna (Aprendizes), propondo o aumento de seus salários;
• impedir que os Obreiros saiam de sua Coluna ou transitem pelo Templo, sem autorização e sem observar as prescrições legais, auxiliar o Venerável no acendimento e amortização das Luzes;
• pedir o retorno da Palavra diretamente ao Venerável quando solicitado por Obreiros de ambas as Colunas.

SEGUNDO VIGILANTE




PRUMO

Simboliza a beleza, o amor, visando reger a harmonia, o prazer, a alegria refletindo a união dos Irmãos, buscando assim, instruir e examinar os Aprendizes que ambicionam passar da Perpendicular ao Nível. A sua Jóia é o Prumo que representa a independência, a dignidade, a altivez e imparcialidade dos justos, pois a perpendicular não pende, como acontece com as oblíquas. No Ocidente ao Sul é onde tem assento, em paralelo ao 1º Vigilante.

O 2º Vigilante é a Dignidade responsável pela direção e orientação da Coluna de Companheiros, assim como é encarregado de substituir o 1º Vigilante em sua ausência e de transmitir as ordens do Venerável-Mestre em sua Coluna por intermediação do 1° Vigilante.

Este instrumento é composto de um peso, geralmente de chumbo, suspenso por um barbante que forma a perpendicular. Serve para se verificar a verticalidade de objetos.

Na Maçonaria é fixado no centro de um arco de abóbada.

Este artefato simboliza a profundidade do Conhecimento e da retidão da conduta humana, segundo o critério da moral e da verdade. Incita o espírito a subir e a descer, já que leva à introspecção que nos permite descobrir nossos próprios defeitos, e nos eleva acima do caráter ordinário.

Com isso, ensina-nos a marchar com firmeza, sem desviar da estrada da virtude, condenando e não deixando se dominar pela avareza, injustiça, inveja e perversidade e valorizando a retidão do julgamento e a tolerância.

É considerado como o emblema da estabilidade da Ordem.

O 2º Vigilante as seguintes competências.

I – substituir o Primeiro Vigilante;
II – instruir os Maçons sob sua responsabilidade de acordo com o Ritual.
Compete-lhe, ainda:
• anunciar as ordens do Venerável em sua coluna;
• autorizar os Obreiros de sua Coluna a falarem nos devidos momentos;
• comunicar ao 1º Vigilante que reina silêncio em sua Coluna;
• manter a ordem e o silêncio em sua Coluna;
• instruir os Obreiros de sua Coluna (Companheiros), propondo o aumento de seus salários;
• impedir que os Obreiros saiam de sua Coluna ou transitem pelo Templo, sem autorização e sem observar as prescrições legais,
• auxiliar o Venerável no acendimento e amortização das Luzes.
• pedir o retorno da Palavra ao 1º Vigilante quando solicitado por Obreiros de sua Coluna.

ORADOR




LIVRO ABERTO

É o guardião da lei e, ainda, responsável pela expressão da Verdade, pois é orientado pelo G∴A∴D∴U∴para ser o porta-voz das boas-vindas e o dominador das escritas, com escopo de fiscalizar a Justa e Perfeita aplicabilidade das Normas Maçônicas.

Sua Jóia é um livro aberto. Deve possuir muita experiência maçônica para tecer opiniões sobre a legalidade de atos e fatos jurídicos que se apresentam diante da Oficina.

O Orador ou Guarda da Lei é investido no dever de zelar e fiscalizar o cumprimento rigoroso das Leis Maçônicas e dos Rituais. Daí ser a única Dignidade que, na ordem administrativa da Loja Maçônica, não compõe o Poder Executivo, sendo, um Membro do Ministério Público da Potência.

A atribuição desse Título implica no conhecimento profundo das leis, regulamentos e dos particulares do ofício, e, como assessor do Venerável-Mestre, pode a este solicitar diretamente a palavra.

Como Guarda da Lei e tendo como uma de suas atribuições "trazer luzes" para uma dúvida de ordem legal, não é sem razão que o Sol, simbolicamente, está do lado do Orador.

O Livro Aberto é a sua Jóia, que nos faz lembrar de que nada estará escondido ou em dúvida. Simboliza o conhecedor da tradição do espírito maçônico, o guardião da Lei Magna Maçônica, dos Regulamentos e dos Ritos.

Compete ao Orador.

I – observar, promover e fiscalizar o rigoroso cumprimento das Leis Maçônicas e dos Rituais;
II – cumprir e fazer cumprir os deveres e obrigações a que se comprometeram os Membros da Loja, à qual comunicará qualquer infração e promoverá a denúncia do infrator;
III – ler os textos de leis e decretos, permanecendo todos sentados;
IV – verificar a regularidade dos documentos maçônicos que lhe forem apresentados;
V – apresentar suas conclusões no encerramento das discussões, sob o ponto de vista legal, qualquer que seja a matéria;
VI – opor-se, de ofício, a qualquer deliberação contrária à lei e, em caso de insistência na matéria, formalizar denúncia ao Grão Mestrado diretamente ou ao poder competente;
VII – manter arquivo atualizado de toda a legislação maçônica;
VIII – assinar as atas da Loja, tão logo sejam aprovadas;
IX – acatar ou rejeitar denúncias formuladas à Loja, representando aos Poderes constituídos. Em caso de rejeição, recorrer de ofício a Instancia Competente.

SECRETÁRIO




DUAS PENAS CRUZADAS

É o que reflete as conclusões legais do Orador, responsabilizando-se para gravar à eternidade dos fatos acontecidos em Loja, de forma fria e exata, controlando com rigidez a ordem dos processos e zelando pela documentação dentro das Normas Maçônicas. Sua Jóia simbólica é Duas Penas Cruzadas, pois é o escrivão da Loja.

O Secretário, auxiliar direto do Venerável Mestre, é o responsável pelos registros dos trabalhos em loja, para assegurar que serão passadas à posteridade todas as ocorrências; por essa razão lhe ser confiado o dever de lavrar as atas das sessões da Loja nos respectivos livros, manter atualizados os arquivos, além de outras atribuições próprias do cargo, que são em grande número.

Assim como a lua, um símbolo desse cargo, deverá refletir o que ocorre em loja. A Jóia do Secretário é representada por Duas Penas Cruzadas, sabendo todos da utilidade antiga da pena como instrumento de escrita e, sendo duas penas cruzadas, asseguram que haja a ligação do passado com o presente, a tradição que registrará a "memória" da loja para a posteridade.

O Secretário registra a HISTÓRIA DA MAÇONARIA.

Acontecimentos e decisões que ocorrem em Loja ficam consignados com objetividade e clareza em seus balaústres, todas as ocorrências dos trabalhos de sua Loja, para a sua Memória e da Maçonaria. Ele é o espelho de uma Loja; reflete o passado e o presente. E o futuro?

O futuro é o topo da Coluna do Norte, onde tomam assento os Irmãos Aprendizes.

Uma Coluna do Norte cheia de Aprendizes nos da a perfeita noção de como uma loja está se comportanto, progredindo ou ruindo.

Também por meio destes aprendizes podemos adivinhar o futuro de uma Loja Maçônica e profetizar sobre seus destinos. E observando-os podemos pressentir, ver e profetizar para a Loja, um futuro risonho e feliz, alegre e fraterno.

É um cargo de confiança do Venerável Mestre, de sua livre escolha, eminentemente administrativa e com ele deve manter estrita sintonia.

O Secretário pede a palavra ao Venenerável do seu próprio local.

É o irmão autorizado a receber, abrir e responder toda a correspondência da Oficina. Toda vez que não possa comparecer aos Trabalhos, deverá enviar o Livro das Atas e Expediente a fim de que, evitados os atrasos, não sejam por sua causa embaraçadas as soluções de problemas.

Planejamento das atividades – Numa Loja com administração planejada, coordenada e controlada, nenhum membro terá mais nem menos trabalho físico ou intelectual que outro, assim como não haverá trabalho mais nem menos importante que outro, que enalteça ou desmereça mais ou menos seus executores. Cada setor é tão importante quanto o conjunto deles todos e a falha em qualquer dos setores compromete este conjunto.

É o redator dos balaústres pranchas e colunas gravadas da Loja. Deve saber sintetizar tudo em bom vernáculo. Dele depende o bom e rápido andamento de todos os expedientes acerca de correspondência e dos trabalhos litúrgicos. Deve possuir qualidades imprescindíveis como: assiduidade, competência, responsabilidade, discrição e organização.

Ata ou Balaústre – designa a narração, por escrito, de tudo aquilo que ocorreu em uma sessão, em uma assembléia, em uma reunião, em uma cerimônia. Todas as Sessões Maçônicas são registradas em ata, que, em Maçonaria, é chamada de balaústre. Citando o caríssimo e iluminado Irmão Sérgio Quirino Guimarães: “Os registros do Secretário são “frios” não cabem sentimentos, é simplesmente a realidade do que ocorreu. O outro aspecto é o tal do “Por unanimidade”, este, talvez, seja o único pleonasmo maçônico. A Subl∴Ordem é uma Inst∴ onde todos estão impregnados do mesmo espírito e trabalham juntos como um todo indiferenciado.

Não há na Maçonaria o MAIS ou MENOS. A concordância dos Irmãos em permanecer juntos é a aprovação, não há “mais que aprovado” ou “menos que aprovado”. Finalizando, peço a atenção dos Irmãos sobre a frase: “assinado por quem de direito”; os documentos oficiais devem ter a assinatura e rubrica, de quem teve a obrigação de presidir a sessão, ou seja, documentos devem ser assinados “por quem tem o dever”.

Ordem do Dia – Compete-lhe juntamente com o Venerável Mestre, prepará-la de tal forma que a Sessão transcorra dentro do tempo previsto.

Símbolo – Seu símbolo dentre os existentes em Loja é a Lua, haja a vista não possuir luz própria, dependendo da luz dos outros Irmãos para brilhar.

Todos os maçons, em geral, devem acatar e prestigiar aqueles que ocupam cargos, por que de tais procedimentos é que resulta o esplendor e aprazimento dos trabalhos. O desempenho de qualquer cargo constitui um relevante serviço prestado à Loja ou à Ordem.

Compete ao Secretário.

I – lavrar as atas das sessões da Loja e assiná-las tão logo sejam aprovadas;
II – manter atualizados os arquivos de:
a) atos e decretos do Grão Mestre e das Grandes Secretarias, atos administrativos e notícias de interesse da Loja;
b) correspondência recebida e expedida;
c) membros do quadro da Loja, com os dados necessários à sua perfeita e exata qualificação e identificação;
III – receber, distribuir e expedir a correspondência da Loja;
IV – manter atualizados os Livros Negro e Amarelo da Potencia e da Loja;
V – preparar, organizar, assinar junto com o Venerável Mestre e remeter, até 1º de março de cada ano, à Grande Loja e à Delegacia Regional, o Quadro de Maçons da Loja;
VI – comunicar a Grande Loja ou à Delegacia Regional, conforme a subordinação, no prazo de 15 dias, as informações sobre:
a) iniciações, filiações, regularizações e colações de graus;
b) expedição de quite placet ou placet ex officio;
c) suspensão de direitos maçônicos;
d) outras alterações cadastrais.

TESOUREIRO



DUAS CHAVES CRUZADAS


É o que simboliza a riqueza, tendo como atividade primordial receber os metais e organizar o movimento financeiro da Oficina. É um cargo de extrema responsabilidade à vida da Loja. Sua Jóia é representada por uma ou duas chaves cruzadas.

A sua Jóia é representada por duas Chaves Cruzadas, símbolo maior da sua atribuição de zelar pelo numerário da Loja.

Compete ao Tesoureiro:

I – arrecadar a receita e pagar as despesas;
II – assinar os papéis e documentos relacionados com a administração financeira, contábil, econômica e patrimonial da Loja;
III – manter a escrituração contábil da Loja sempre atualizada;
IV – apresentar à Loja os balancetes trimestrais conforme normas e padrões oficiais;
V – apresentar à Loja, até a última sessão do mês de fevereiro, o balanço geral do ano financeiro anterior, conforme normas e padrões oficiais;
VI – apresentar, no mês de Novembro, o orçamento da Loja para o ano seguinte;
VII – depositar, em banco determinado pela Loja, o numerário a ela pertencente;
VIII – cobrar dos Maçons suas contribuições em atraso e remeter prancha com aviso de recebimento, ao obreiro inadimplente há mais de 2 (dois) meses, comunicar a sua irregularidade e cientificar a Loja e a Potência;
IX – receber e encaminhar à Grande Secretaria Geral e a Grande Tesouraria da GLUSA ou a que estiver jurisdicionada a Loja, as taxas, emolumentos e contribuições ordinárias e extraordinárias legalmente estabelecidos pela tabela de emolumentos;
X – responsabilizar-se pela conferência, guarda e liberação dos valores arrecadados pela Loja.

CHANCELER



TIMBRE

Também denominado de “Guarda dos Selos”, é o depositário do timbre e do Selo da Loja. Tem como dever manter atualizados todos os dados e registros dos Obreiros, bem como controlar as faltas excedentes do permitido nos regulamentos. A jóia simbólica do cargo é o “Timbre da Loja”.
Ao Chanceler é confiada à condição de depositário do Timbre e do Selo da Loja, motivo pejo qual assume a obrigação principal de timbrar e selar os papéis e documentos expedidos pela Loja.

A Jóia fixada em sua fita é o Timbre da loja ou Chancela, a representar seu papel de Guarda-Selo da loja.

Este artefato não possui nenhum significado esotérico, representando apenas o símbolo alusivo ao título.

Compete ao Chanceler:

I – ter a seu cargo o controle de presenças (livro), mantendo sempre atualizado o índice de freqüência;
II – comunicar à Loja:
a) a quantidade de Irmãos presentes à sessão;
b) os Irmãos aptos a votarem e serem votados;
c) os Irmãos cujas faltas excedam o limite permitido pela lei maçônica (40%).
III – expedir certificados de presença dos Irmãos visitantes;
IV – anunciar os aniversariantes;
V – manter atualizado os registros de controle da identificação e qualificação dos Irmãos do quadro, cônjuges e dependentes;
VI – remeter prancha ao Maçom cujas faltas excedam o limite permitido por lei e solicitando justificativa por escrito.

HOSPITALEIRO
BOLSA


É o nome dado ao Oficial da Loja Maçônica, que é o encarregado não só da arrecadação dos metais por meio de seu giro litúrgico, como também de atender aos necessitados.

O Hospitaleiro recebe atribuições diretamente relacionadas à organização dos atos de beneficência e solidariedade maçônicas em defesa dos irmãos menos favorecidos, passando desde a obrigação de fazer circular o Tronco de Beneficência durante as sessões até presidir a Comissão de Beneficência.

A Jóia do Cargo do Irmão Hospitaleiro simboliza do o Farnel do Peregrino, do Viajante, do Pedinte.
Dentro da hierarquia dos cargos de uma Loja, em dos de mais elevada importância é o do Hospitaleiro da Oficina.
A escolha do Hospitaleiro deverá recair sobre um Irmão dinâmico, de moral ilibada, sem mácula, que conheça bem todos os Irmãos. – Deverá gozar da simpatia de todos para poder imiscuir-se nos problemas de cada um como se fora um parente de sangue, um filho da casa. Seu trabalho dentro do Templo é irrelevante. Qualquer Mestre poderá substituí-lo à altura. Fazer girar o Tronco é muito fácil. Seu trabalho, sua missão fora das quatro paredes do Templo é que é importante muito importante e requer muito carinho, muita dedicação, muito desprendimento.
Concretiza o verdadeiro símbolo do mensageiro do amor fraterno, sendo-lhe confiada a Jóia representada por uma Bolsa, artefato que bem representa o ato de coleta dos óbolos da beneficência.


Ao Hospitaleiro compete:


I - fazer circular o Tronco de Beneficência;
II - exercer pleno controle sobre o produto arrecadado pelo Tronco de Beneficência, o qual se destina, exclusivamente, às obras beneficentes da Loja;
III - visitar os Obreiros e seus dependentes que estejam enfermos e ou necessitados, dando conhecimento à Loja, de seu estado e propor, se for o caso, os auxílios que se fizerem necessários.
IV - propor a manutenção, alteração ou exclusão de qualquer auxílio beneficente que estiver sendo fornecido pela Loja;
V - manter sempre atualizados os registros de controle da movimentação dos recursos do Tronco de Beneficência;
VI - apresentar à Loja, até a última sessão dos meses de fevereiro, maio, agosto e novembro, as prestações de contas alusivas aos trimestres imediatamente anteriores.
VII - prestar esclarecimentos relacionados com as suas atividades;
VIII - presidir a Comissão de Beneficência.

MESTRE DE CERIMÔNIAS



RÉGUA

É o cargo da astúcia, pois deve circular pela Loja discretamente, sem perturbar os trabalhos, sendo o elemento de ligação entre os Irmãos.

É considerado o mensageiro dos dirigentes da Loja. Seu distintivo é uma Régua, Dois Bastões Cruzados ou um Triângulo, dependendo do Rito.

É o único oficial que pode circular em Loja sem prévia autorização.

O Mestre de Cerimônias deve ser o encarregado por todo cerimonial da loja, devendo, portanto, ser um profundo conhecedor da ritualística.
A perfeição dos trabalhos em loja, tendo como conseqüência a Paz e a Harmonia depende muito de uma boa atuação do Mestre de Cerimônias.
Ao Mestre de Cerimônias, como encarregado da execução de todo o cerimonial da Loja, compete:
I - realizar e fazer realizar de acordo com a liturgia do Rito Escocês Antigo e Aceito, todo o cerimonial das sessões da Loja;
II – apresentar aos Obreiros a urna com esferas brancas e pretas nas votações secretas, e, nas nominais, contar os votos, anunciando o resultado;
III - recolher as sobras no Escrutínio Secreto;
IV - acompanhar os Obreiros que circulem no Templo, exceto os que fizerem por dever de ofício;
V - dar entrada ao Templo aos Obreiros do Quadro ou visitantes (estes após averiguada sua regularidade e dignidade pelo 1º Experto) quando forem dar entrada após iniciado os trabalhos conforme contido no Ritual.

PRIMEIRO E SEGUNDO DIÁCONOS




POMBA


Tem a missão de comunicar as ordens das Luzes aos Irmãos, com objetivo de que os Trabalhos transcorram com ordem e perfeição. Também transmitem a Palavra Sagrada, entre o Venerável e os Vigilantes. Destaca-se, ainda, que nos Cargos em tela ambos apresentam como Jóia uma Pomba, sendo a Joía do 1º Diácono a que está dentro de um triangulo.

A palavra Diácono deriva do grego e significa servidor.
Os Diáconos, em número de dois no Rito Escocês Antigo e Aceito, exercem a função de verdadeiros mensageiros.

O 1º Diácono é encarregado de transmitir as ordens do Venerável-Mestre ao 1º Vigilante e a todas as Dignidades e Oficiais, de sorte que os trabalhos se executem com ordem e perfeição;

O 2°. Diácono deve executar a mesma tarefa, sendo que as ordens partirão do 1º Vigilante e serão transmitidas ao 2°. Vigilante, zelando para que os Irmãos se conservem nas Colunas com respeito, disciplina e ordem.

A Jóia confiada aos Diáconos é a Pomba, uma alusão à simbologia de mensageira inerente a essa ave.

EXPERTOS


PUNHAL

O 1º Experto na classificação hierárquica, é o sexto oficial e o primeiro depois das “Cinco Dignidades”, sendo também conhecido como “Irmão Terrível”. É o substituto do 1º e 2º Vigilante, nos eventuais impedimentos ou ausências. Seu lugar em Loja é na Coluna do norte, próximo do 1º Vigilante. Sua Jóia é representada por um punhal.

OS EXPERTOS SÃO OS OFICIAIS DE JUSTIÇA DE UMA LOJA MAÇÔNICA, CABENDO A ELES A ENTREGA DE INTIMAÇÕES E COMUNICAÇÕES EXTERNAS DE UMA LOJA.

Os Expertos são os Oficiais encarregados, dentre outras funções, de proceder ao Telhamento dos visitantes antes de ingressarem no Templo, e, como "Irmão Terrível", de acompanhar e preparar os candidatos à Iniciação, inclusive durante as provas às quais são submetidos.

São também responsáveis pelo recolhimento dos escrutínios secretos.

O Punhal é a sua respectiva Jóia, e simboliza o castigo e o arrependimento reservados aos perjuros.

Também representa uma arma a ser usada na defesa da liberdade de expressão, tendo, ao invés do tradicional significado de traição, uma simbologia ligada à fortaleza.

Compete ao 1º Experto:

I - Verificar se os Obreiros visitantes conhecidos ou não, que desejarem entrar no Templo, após o início dos trabalhos, estão trajados regularmente;
II - fazer o devido telhamento conforme contido no ritual;
III - fazer o devido Exame à Irmãos Conhecidos ou Desconhecidos, conforme contido no Ritual, antes ou após o início dos trabalhos;
IV - encaminhar os documentos para a devida averiguação pelo Orador;
V - apresentar o Livro de Presença de Visitantes para ser assinado antes da entrada no Templo pelos Irmãos visitantes, encaminhar para averiguação da regularidade, os documentos ao Orador, no caso de visitantes não conhecidos. As autoridades também assinarão o Livro de Presença antes de entrarem no Templo, com exceção do Grão-Mestre Geral e Grão-Mestre Estadual que assinarão após o Venerável no Livro de Presença de Obreiros do Quadro;
VI - Informar aos visitantes que a chamada para ingresso no Templo será feita pelo Mestre de Cerimonias.
VII – Levar e entregar as intimações, convocações extraordinárias e todo tipo de correspondência designadas pelo Venerável Mestre aos membros de sua Loja;

Ao 2º Experto compete:

I - auxiliar o 1º Experto nas tarefas inerentes ao cargo; Sua Jóia é representada por um punhal tal qual o 1º Experto.

COBRIDOR EXTERNO OU (GUARDA)



É considerado o Sétimo Oficial e tem como função primordial de evitar à entrada no Templo, Profanos e Maçons irregulares, sendo a sentinela que monta guarda armada em defesa da Loja, a exemplo dos Querubins que guarnecem as portas do Céu.

Este cargo deve e tem de ser exercido pelo Mestre mais antigo ou experiente da loja, se possível com o Grau mais alto dentro do Rito Escocês Antigo e Aceito, pois é por ele que chegarão todos os visitantes de uma loja quando ela já estiver iniciado os seus trabalhos, e é dever dele saber, conhecer e identificar quem chega e reconhecê-los em todos os graus se necessário for. (recomenda-se um irmão investido no grau 33º para o cargo).

Possui as mesmas funções do guarda do templo, é o guarda contra os maus pensamentos que podem querer invadir a Loja.

A Jóia do cobridor externo, é um alfanje, para proteção contra aproximação dos indiscretos e curiosos.

GUARDA DO TEMPLO



Ou cobridor, na maçonaria operativa, quando um edifício em construção chegava ao seu final, cobria-se por telhas, por analogia, quando se fecha a porta do templo, ele está coberto.

É a terceira e última ponta do triângulo com o vértice para baixo. O venerável e os vigilantes formam o primeiro triângulo com o vértice para cima, o orador secretário e guarda do templo, formam o segundo triângulo com o vértice para baixo, quando sobre postos, forma o Hexágono, estrela de seis pontas ou Selo de Salomão.

O guarda do templo, é o zelador de nossos pensamentos, este cargo também deve e tem de ser exercido pelo Mestre mais antigo ou experiente da loja, se possível com o Grau mais alto dentro do R∴E∴A∴A∴.

É por ele que passarão todos os membros, visitantes, autoridades de uma Loja ou Potência ao adentrarem uma sessão, e ele tem o dever e a obrigação de verificar logo na entrada se todos estão devidamente paramentados, e vestidos corretamente e assim sendo, entrando de forma ritualística e correta.

Caso não estejam cumprindo um destes requisitos, ele deve de imediato interromper o ingresso no templo e pedir com cordialidade que, seja corrigido o erro ou tomada as providencia necessárias para a permição do ingresso.

É ele quem permite que se saia do templo, neste caso, por determinação e ordem do Venerável Mestre e dos Vigilantes.

BIBLIOTECÁRIO



Responsável pela parte cultural da Loja e, pelos livros de registros. Simboliza a luz interior.

É um serviço de auxílio ao desenvolvimento intelectual dos Irmãos, cooperando para com esses na procura do progresso cultural e moral dos Maçons. Sua Jóia é simbolizada por um “Livro”.

MESTRE DE BANQUETES




É o Oitavo Oficial e sua função é cuidar dos “Ágapes”, bem como providenciar que as festividades quais quer que sejam, e que é de sua responsabilidade organizá-las, transcorram na melhor ordem possível e que seja de agrado geral. Sua Jóia do cargo é simbolizada por uma “Taça” ou “Cornucópia”.

MESTRE DE HARMONIA



LIRA

É o sonoplasta da Loja, ou seja, responsável para selecionar com qualidade os temas musicais e adequar a cada instante da ritualística.

Este cargo e de suma importância para uma Loja Maçônica e a realização de suas sessões. O Mestre de Harmonia é quem vai dar à sessão o ambiente agradável e solene ou não.

Este cargo deve ser rigorosamente analisado e o maçom escolhido para o cargo tem que ter o dom para desempenhá-lo, além de ter a sensibilidade necessária para organizar sua discoteca e a percepção de temas musicas a serem escolhidos para os momentos certos.

Se considerarmos os efeitos dos sons musicais durante as nossas Sessões, preparando o ambiente, tomando-o mais harmônico, mais solene, inspirador e belo, compreenderemos que a execução de uma seleção musical será o complemento indispensável para uma boa sessão.

PORTA BANDEIRA



A Jóia do cargo, é o Pavilhão Nacional. Não possui nenhum simbolismo maçônico. É uma prática profana introduzida nos Templos, para ativar o sentimento de cada Irmão.
E uma jóia simples, destituída de qual quer interpretação que não seja aquela feita pêlos profanos, ou seja, a representação da Pátria, o mais elevado símbolo de uma Nação. A vibração da alma de um povo, tanto na Paz como na guerra.
Tal encargo foi oficializado na maçonaria brasileira somente a partir de 02 de abril de 1959.


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PORTA ESPADAS



ESPADA


Responsável, pela guarda e manutenção das espadas da Loja.


Tem seus trabalhos acentuados nas ocasiões especiais, como nas Sessões Magnas. Como auxiliar do Venerável Mestre, apenas carrega a Espada Flamejante sobre uma almofada sem, contudo, poder ou ter o direito de tocar ou pegá-la, pois ela somente pode ser manuseada pelo Venerável Mestre ou Mestre Instalado.


Pode-se tolerar que o Porta Espada, calçado de luvas brancas, a toque para levá-la até o Venerável Mestre ou ao Grão Mestre, porém nesta ocasião ele a carregará como se estivesse levando-a sobre uma almofada.


A Jóia do porta espadas, é uma espada, símbolo da força.




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PORTA ESTANDARTE



ESTANDARTE


Estandarte é a insígnia de uma corporação, seja militar, religiosa, esportiva ou filosófica, sendo no caso da maçonaria, conhecida e utilizada como uma continuação da tradição das antigas confrarias e corporações profissionais medievais, que tinham pôr seu Estandarte a maior veneração e respeito.
A humanidade sempre necessitou de símbolo. Desde os mais remotos tempos ela vem usando para representar sua crença ou ideal, partido ou família, dignidade ou função, agremiação ou qualidade, cidade ou pais, enfim, símbolos de forma e denominação várias.
Responsável pela condução do estandarte da Loja em todas as cerimônias.


Compete o alto encargo de Guardar e Transportar o Estandarte da Loja e as condecorações que lhe forem atribuídas, conservando-os em lugar apropriado. A sua Jóia simbólica é um Colar com um “Estandarte”.




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ARQUITETO



TROLHA
(popularmente conhecida como colher de pedreiro)

É o encarregado de tudo quanto se refere à decoração e ornamentação e conservação dos Utensílios da Loja. Deverá sempre conservar o Templo Ornado e Preparado, de acordo com as Sessões celebradas.


É o único membro de uma loja que tem acesso livre no templo antes das sessões, e a qualquer dia ou momento pois para o desempenho de seu cargo ele terá que sempre estar indo ao templo e preparando-o com antecipação para as sessões e comemorações futuras.
A Trolha serve para mexer a massa destinada a cimentar as pedras do Edifício realizando assim, a Unidade. A Trolha reúne, mistura, unifica. É, portanto o símbolo da Benevolência esclarecida, Fraternidade Universal e profunda Tolerância que distinguem o verdadeiro Maçom.
Um cargo que parece de pouca importância, mas que na realidade é tão ou mais importante que muitos outros tidos como tal. Suas ocupações não são vistas durante a reunião, ou melhor, são vistas, mas não lhe são atribuídas já que seu trabalho consiste, alem, de outros, na ornamentação da Loja, colocando cada coisa em seu devido lugar. Ao Arquiteto está o sublime encargo de cuidar, e bem, de tudo quanto pertence às decorações e ornamentações do Templo.
O seu trabalho é feito antes de começar as Sessões, tornando-se durante a mesma um privilegiado espectador.


A Jóia do cargo é um Colar com uma “Trolha”.

20 de Agosto - Dia do Maçom

Meus Caros Irmãos


... repasso, por oportuno, um texto para que possamos bem refletir neste dia 20 de agosto.
Que o dia do maçom não seja um dia no ano mas, sim, todos os dias.
Que a maçonaria em nosso âmago seja um estado de espirito em ação constante, ininterrupto e proficuo.



Feliz dia do Maçom !!!


Eis.....

MAÇONARIA FOI, É E SEMPRE SERÁ UMA PROPOSTA.....
SER MAÇOM É UMA OPÇÃO !!!
Pelo Ir.'. Getulio Rogério Arbo Pavlak (Representante da nossa GLP junto à GLRS)

Aliás...., tudo na vida é uma proposta e nós somos responsáveis pelas escolhas ou, opções.

A maçonaria é a proposta, ser maçom é a opção. Porém, quando aderimos a esta proposta necessitamos sincronia entre o pensar, o dizer e o fazer. Ou seja, sendo a maçonaria uma proposta e o ser maçom uma opção, necessitamos estar atentos para colocar esta energia vibratória em ação através do estado de espírito interativo; interna e externamente, individual e coletivamente. É primaz que exista sincronismo e um imprescindível ajuste entre o conhecimento, a consciência e a vida que levamos.

Soubemos que há dois tipos de pessoas :
os que fazem;
e os que explicam porque não fizeram.
É da nossa ciência que um iniciado tem o dever de estar no primeiro grupo. Deve ser um cidadão de vanguarda, um formador de opinião, um ator, um protagonista ou, como denominamos :"um construtor social".

Quando éramos criança, lá nos tempos de piá / guri, combinávamos que "trato é trato" !!! queríamos com isto (mesmo que ingênuos da amplitude) dizer que, se combinar tem que cumprir, pois isto é disciplina !!!

Poderá algum incauto dizer : "Ah... mas os criminosos também têm disciplina, acordos e cumprem com o que dizem".

Verdade !!! terá razão quem assim disser.... mas, ATENTEM BEM ao grande diferencial :
uns estão no caminho do VICIO, outros buscam a evolução pelo conhecimento e prática das VIRTUDES.
Nós maçons não podemos ter a soberba e nem nos jactarmos superiores. Mas não podemos (por dever juramentado) nos olvidar de cumprirmos com os compromissos feitos e que nos levaram vitoriosos do porfiado combate entre o "bem e o mal"; donde saímos vitoriosos e comprometidos com uma vida futura alicerçada nos "sãos princípios da moral e da razão".

Tive o privilégio de ser iniciado muito jovem... fazem mais de 30 (trinta anos) que luto para que o mundo profano não influa sobre mim e que eu possa influir na sociedade... e na humanidade.

Confesso, não é fácil !!! Vivemos numa sociedade de consumo e num mundo capitalista. Muitas vezes presenciamos o equivoco da humanidade entre o "ser" e o "ter". Diante deste ledo engano devemos nos socorrer da docência maçônica para nela buscarmos força.
Já nos fora dito que de nós muitos "desafios nos seriam exigidos !!!"

Nossa ordem tem um caráter eminentemente disciplinador da nossa consciência. Pela hierarquia (sinônimo de respeito mútuo) e pelo estudo (sinônimo de conhecimento), passamos a entender e praticar o "BEM DISCERNIR".

Para bem discernir é primaz, primordial, que tenhamos uma bússola aferida. Nossa docência é como uma carta de navegação e nela estão apontados os objetivos que nos servem como um norte magnético a ser seguido individual e coletivamente.

Quando entendemos o que é ser mestre de nós mesmos ;
Quando identificamos, como iniciados, uma escala de valores da vida;
Quando não nos iludimos com a fugaz fragilidade da matéria e identificamos a eternidade do espírito,
Começamos a entender que o verdadeiro poder está dentro de nós mesmos. Entendemos, então, que liderar não é mandar, e sim comandar. Que liderar é uma arte de governar pela vontade do coletivo, e com motivação, para que todos se mantenham uníssonos em tal objetivo e a caminhada se realize ombro a ombro, lado a lado. Assim, tornamo-nos mestres de nós mesmos e sábios na convivência e em harmonia sem preterir os objetivos e desfrutando de novos horizontes.

Quando tudo isto acontece, aflora naturalmente o entendimento de que não somos parte da natureza e, sim, a própria natureza. Compreendemos e passamos a conceber, sincronizados com o macro, a efemeridade da matéria e a eterna mudança da forma de manifestar da vida !!! E, assim, veremos que entre o chegar neste plano e o partir há um espaço de tempo muito exíguo que necessita que seja aproveitado em harmonia, pois não haverá tempo para arrependimentos.

Sempre haverá espaço para sonhar... desde que nossos sonhos estejam consubstanciados no amor e na evolução do espírito;
Sempre haverá espaço para realizar... desde que a obra tenha sido criada pela Sabedoria, alicerçada na Força e adornada pela Beleza do Grande Arquiteto ou o Criador Incriado

... só não nos esqueçamos de que ninguém faz nada sozinho, nem mesmo a sua própria evolução, pois para tudo haverá a necessidade de convivermos com o habitat e contemplarmos nosso semelhante pois, pelo retorno dos nossos feitos, é que obteremos o justo salário de um obreiro da Arte Real.

Sinceramente, e de "Irmão para Irmão", desejo que pensem nisto..... pois creio piamente que uma reflexão sobre o assunto ajudará em muito mantermos a harmonia entre opensar, o dizer e o fazer.

Por derradeiro desejo que entendamos que :
"O CONHECIMENTO ADQUIRIDO E NÃO PRATICADO É TAL E QUAL O AGRICULTOR QUE ARA A TERRA E NÃO SEMEIA".

O Sonho e a Escada

Ir.'. Antônio do Carmo Ferreira



Não sei se é costume em todas as regiões do Brasil, o maçom dizer que “subiu um degrau na Escada de Jacó”, para externar sua alegria em receber “aumento de salário”.


Aqui, na região em que vivo e tenho vinculação com a Arte Real, é rotina dizer-se esta expressão, tanto na revelação da felicidade de quem foi elevado de grau, como nos discursos de saudação aos beneficiados.


Entendo que deverá ser muito denso o significado deste símbolo na maçonaria (1), diante de tanta ênfase que se lhe dá em seu uso ou ao se fazer a sua exegese, por mais superficial que seja a abordagem.


Não quero falar que a Escada de Jacó é importante, por haver sido admitida no Simbolismo Maçônico e, coincidentemente, ao mesmo tempo em que se inaugurava o primeiro Templo Maçônico, construído como tal e para esta finalidade – o Freemason’s Hall – inaugurado em 1776 (2), no oriente de Londres.


Nem desejo registrar, mas já registrando, a sua importância, porque esteja configurada no Painel da Loja de Aprendiz, elaborado por Willian Dight, em 1808 (3), onde a Escada de Jacó aparece, partindo da Bíblia aberta sobre o altar e alçando-se ao céu, que o alcança no clarão de uma estrela de sete pontas.


Todavia, como se percebe, mesmo sem querer me referir a uma Escada, já falei de duas. Uma, a do sonho de Jacó, cuja descrição vem do Velho Testamento (4). Outra, desenhada por Dight, que se reporta à primeira, mas com omissões e algumas inserções. Na Escada do sonho, ela está ligando a terra ao céu, e anjos, sobem e descem. Na Escada do Painel, ela está ligando a Bíblia do altar ao céu, sem anjos, mas com a introdução de fortes símbolos do cristianismo, quais sejam: a cruz da fé, a âncora da esperança, e o cálice do amor (o sangue do Filho de Deus, derramado em face do amor pela humanidade). (5)


O sonho, teve-o Jacó, e está totalmente narrado no Gênesis. O Senhor, na oportunidade, fala a Jacó de tudo de bom que lhe está reservado, tanto a Jacó quanto à sua descendência – o povo de Israel, nome este que substituiu o de Jacó, após sua luta com o anjo, episódio de que a Bíblia se ocupa no livro de Gênesis (6)


A conversa havida ao pé da Escada inspira o entendimento de uma contrapartida de Jacó e descendentes ao que o Senhor, seu Deus, lhe estava a garantir. Que aquele povo desse à vida o destino de encaminhar-se ao Altíssimo: (7) “uma peregrinação de retorno à Casa do Pai”, como séculos depois, Santo Agostinho ensinava a respeito da vida.

Parece-me não causar arrepios dizer que a maçonaria pensa desta forma, quando proclama a “prevalência do espírito sobre a matéria”. Pensamento este muito bem retratado na composição do compasso e esquadro, sendo este a matéria e aquele o espírito.

A vida, em seus aspectos menos tangíveis, é o mote principal da Ordem. O aperfeiçoamento do iniciado e seu exemplo na comunidade em que habita.. O cuidado com o bem-estar do próximo. O zelo pela família. A dedicação às coisas do amor fraternal. O adepto da maçonaria deve apresentar-se pelo bem que pode fazer.


A Escada de Jacó indica esta trajetória. No que se refere ao sonho, ela é utilizada pelos anjos (seres plenos de virtudes) em sua movimentação. O maçom deverá ser um construtor de templos à virtude. Ele mesmo será uma pedra que se poliu para ocupar espaço na construção. Ascender mais um degrau na Escada é estar mais perto do Criador. Significa dizer: possuir mais virtudes. A contrapartida ao que o Senhor ofertou a Jacó.


A Escada de Jacó, na concepção de Dight, que contém os símbolos da fé, da esperança e do amor, tem o chamamento do maçom a seu próprio aperfeiçoamento.


Se o maçom diz que subiu um degrau na Escada, tem convicção do que está dizendo, e acredita nisto, ele está declarando seu compromisso com esta prática de amar a Deus, pois está em seu caminho; de aperfeiçoar-se, porque é destinado a ser templo de Deus (8); e de amar ao próximo que é um estágio da Escada, que se encontra mais aproximado do Altíssimo.


Que o Grande Arquiteto do Universo conceda, sempre, aos irmãos maçons a força e o vigor suficientes para subirem, não somente um, porém vários degraus nesta desafiadora “escada”, com a qual sonhou Jacó e na qual a maçonaria se inspira a cada instante.
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Sobre o autor: Antonio do Carmo Ferreira é Grão Mestre do Grande Oriente Independente de Pernambuco (COMAB), Presidente e fundador da Associação Brasileira de Imprensa Maçônica (ABIM) e um dos mais fecundos escritores maçônicos da atualidade entre outras..

RECURSOS BIBLIOGRÁFICOS

(1) “A Escada de Jacob é alegoria de origem bíblica e designa a escada que Jacob viu em sonho, a qual simbolizava a providência e cuidado especial de Deus por Jacob; os anjos levavam suas orações e necessidades ao trono de Deus e desciam com as bênçãos divinas; em Maçonaria ela é representada sobre o círculo entre paralelas verticais e tangenciais, tendo no topo, uma estrela de sete pontas, como símbolo da ligação do iniciado com Deus, através da ascensão na escada iniciática”. José Castellani, no livro Dicionário Etimológico Maçônico, vol. DEFG, pág. 59, Editora A Trolha, Londrina/PR..
(2) “Naquele ano foi pintado um Painel... tudo leva a crer que o irmão Pintor... acrescentou também a Escada de Jacó, que desde alguns anos antes já vinha sendo ensinado nas Lojas. Lendo Machey, vemos que no rito de York, a Escada não era um Símbolo original, tendo sido introduzido por Dunckerley em 1776, época em que Priston iniciou suas LEITURAS. O que vem a comprovar, é que, até aquela data, a Escada de Jacó ainda não era um Símbolo Maçônico. No Rito Escocês Antigo e Aceito, ela entrou pelas mãos de Miguel André de Ransay, que era um ardoroso defensor dos Stwarts, transformando em símbolo maçônico a Escada Mística dos Mistérios Mitraicos.” Francisco de Assis Carvalho no livro “Símbolos Maçônicos e suas origens”, págs. 135, 136 e 137, Editora A Trolha, Londrina/PR..
(3) “Willian Dight, um maçom inglês, pintor, em 1808 elaborou três Painéis sobre lona, como era de uso na época.” Rizzardo Da Camino no livro “Os Painéis da Loja de Aprendiz” pág. 109, Editora A Trolha. Na pág. 110 da mesma obra, está reproduzido o painel onde se encontra o desenho da Escada de Jacó.
(4) Gênesis 28:10 – 17
(5) I Cor 13:13
(6) Gênesis 32: 28
(7) Gênesis 28:20 – 22
(8) I Cor 6: 19

Um Estranho Visitante

Texto do Irmão Jaime B. de Oliveira.


Quando o Mestre de Cerimônias anunciou que a Loja estava composta, tudo fazia crer que naquela noite os trabalhos desenvolvidos pelos obreiros ali presentes, correriam dentro da normalidade, que habitualmente norteava os trabalhos de tal oficina.
Porém, a "normalidade" reinante nos trabalhos ali executados, diferenciava bastante da exigida e necessária não só numa sessão maçônica, mas também comportamento dos Irmãos que compunham o quadro de obreiros daquela Loja.
Há algum tempo que tal Loja estava dividida em grupos, cujas opiniões e pontos de vistas eram sempre divergentes. As sessões acabavam sempre com trocas de insultos e ofensas entre Irmãos. Quando um deles de posse da palavra atacava outros Irmãos, era aplaudido pelos que o apoiavam e vaiado pelos que compunham os grupos atacados. O Venerável Mestre, sempre confuso e por fora dos assuntos, não tinha pulso para controlar a situação, o que permitia que os trabalhos transformassem numa verdadeira bagunça.
Os grupos eram formados por Irmãos de uma mesma classe social, formando um universo só deles, com barreiras intransponíveis, isolando-se dos demais grupos de Irmãos. Havia o grupo dos médicos, dos doutores da lei, dos professores, dos banqueiros, dos comerciantes, dos políticos, os quais é claro, só apareciam em Loja na época de eleições, furando o bloqueio dos demais grupos, a fim de garantir alguns "votinhos". Afinal, pensavam eles, todos são Irmãos (especialmente em épocas de eleições).
Além destes, havia também outros grupos, como o dos proletários, ou "peões", como eram chamados os humildes assalariados. Sempre menosprezados pelos demais, os "peões" nunca ocupavam cargos em Loja, sendo somente lembrados quando algum trabalho deveria ser executado, é claro que tais trabalhos eram manuais, como por exemplo, limpar a Loja, pintar o muro, consertar os banheiros ou carregar alguma coisa. Nas festas eram sempre os "churrasqueiros" ou garçons e, claro, sempre os responsáveis pela limpeza ao término da festa.
Afinal, diziam eles, peão é para estas coisas mesmo. Se querem gozar do privilégio de conviver com pessoas "superiores" , tem que contribuir com alguma coisa, e como proletário pouco tem a oferecer, (embora fossem os únicos que andassem em dia com a tesouraria), que pelo menos trabalhem.
Os trabalhos da Loja eram abertos e encerrados com um só "golpe de malhete", a ritualística fora esquecida, a freqüência era baixa, o tempo de estudos há muito não era executado e a fraternidade quase não existia, sendo que os Irmãos até chamavam-se entre si de "primos", a única filantropia que praticavam era nas proximidades do natal, quando faziam algumas cestas com alimentos para serem distribuídas aos necessitados, que os próprios Irmãos se encarregavam de distribuir, é claro, aos seus empregados e serviçais, fazendo assim a "filantropia marrom", ou seja, utilizando-se dos recursos da Loja para agradar a quem os serviu de alguma forma durante o ano.
Para os Irmãos, ou melhor, para os "primos" daquela Loja, tudo era normal. Entretanto, a reunião daquela noite não seria uma reunião "normal", tanto que todos os obreiros estavam presentes, fato ali jamais registrado, embora ninguém tivesse disto percebido, pois havia Irmãos que nem se conheciam.
Tudo estava pronto para o início de mais uma sessão. Todos revestidos de suas insígnias! embora as alfaias usadas não dessem tal impressão.
Tinha gente com sapatos brancos, micro balandraus, aventais sujos, ternos claros com gravatas em cores berrantes, tudo em desacordo com qualquer regra ou regulamento.
A sessão ia iniciar. E como de praxe, foi aberta num só golpe de malhete.
Ora, para que perder tempo com ritualística e outras baboseiras, pensavam eles, afinal temos coisas mais importantes para nos preocupar.
O Balaústre foi lido rapidamente pelo Secretário, enquanto os demais presentes, ausentes a leitura, cochichavam outros assuntos. Em meio a leitura, ouviram três pancadas na porta do templo, sendo que de imediato o Cobridor Externo abriu a porta, mandando o recém chegado entrar sem formalidades, assinar o livro e sentar-se, a fim de não atrasar a leitura do balaústre. Tal procedimento ali era normal, sendo que o cobridor nem percebeu que o recém chegado não era do quadro e sim um visitante. Não havia Expediente e o Saco de Propostas e informações fez seu giro sem produzir nenhuma coluna gravada.
Passou-se então a Ordem do Dia, momento por todos esperados, pois certamente um assunto polêmico seria apresentado e mesmo que o assunto não fosse polêmico, eles o tornariam.
E não deu outra. Como sempre ali acontecia, imperou a bagunça, Irmãos ofendiam a Irmãos que discordavam de seus pontos de vistas, e um coro de vaias a aplausos a todo instante era ouvido.
O visitante atônito a tudo assistia, incrédulo no que ali estava acontecendo. Após uma longa discussão, o assunto foi deixado sobre malhete para ser resolvido em outra oportunidade. Foi então que o Venerável percebeu que o Secretário nervosamente fazia-lhe sinais querendo comunicar alguma coisa, e deu-lhe a palavra.
- Venerável, achei no meio do livro de atas uma carta ainda fechada da Grande Loja, cujo carimbo do selo é de três meses passados e no envelope têm o carimbo de "urgente", não sei como ela veio aqui parar, talvez num dos dias em que faltei, alguém a colocou dentro do livro e ali ficou esquecida, se o Venerável consentir, embora fora de ordem, eu a lerei para a oficina.
O Venerável concordou, iniciando o Secretário a leitura:
- "Serve a presente para comunicar a todas as Lojas que o nosso Grão Mestre teve uma visão, na qual fora ele avisado que próximo está o Dia do Juízo Final, que um enviado da Grande Loja do Céu, ao Oriente Eterno, descerá à terra para os preparativos, e que o mesmo deverá visitar as Lojas a fim de discutir com os Irmãos tal evento, e blá, blá, blá, blá, blá, blá.
Ao terminar a leitura o silêncio era total (coisa ali pouco comum). Os Irmãos olhavam-se entre si, sem saber o que dizer ou fazer, até que alguém de uma das colunas levantou-se dizendo:
- Não acho justo, Venerável Mestre, esta atitude tomada pela Grande Loja do Céu de mandar um enviado à terra assim às pressas, a coisa não pode ser deste jeito, é necessário um tempo para a nossa preparação, para que possamos por um pouco de ordem na casa. Não estamos aqui a disposição da Grande Loja do Céu para que um enviado seu aqui venha em data por eles marcada para discutirmos o Juízo Final. Se formos os "justos e perfeitos" da terra, podemos e devemos solicitar um adiamento de tal evento, para que tenhamos tempo de melhor nos prepararmos.
- De acordo, bradou outro irmão, assim poderemos fazer as pazes com os Irmãos com que estamos brigados e também praticar um pouco de filantropia de verdade, o que não fazemos a algum tempo. Além do mais, estou saindo de férias e pretendo viajar pela Europa, ora, se o juízo final for agora, serei prejudicado, afinal faz uns bons anos que estou planejando esta viagem, portanto creio que o adiamento será uma boa.
-Também estou de acordo, disse um dos proletários, (coisa rara, pois eles normalmente ficavam sempre quietos), justo agora que vou ser promovido na firma onde trabalho vem esta de Juízo Final, ora, o mundo que acabe noutra época. Vamos nos unir e dar um jeito de evitar tal coisa.
- Concordo com o Irmão, disse o orador. Sugiro que enviemos uma prancha a nossa Grande Loja solicitando o adiamento do Dia do Juízo Final, bem como a vinda desse Enviado da Grande Loja do Céu, pois poderemos terminar nosso templo, fazer uma creche ou um orfanato, reativar a Fraternidade Feminina e os LOWTONS - Entidade Paramaçônica Juvenil - , que deixamos e até incentivamos que acabassem e, sobre tudo, por um pouco de ordem em nossa Loja , pois assim tenho certeza que ganharemos alguns "pontinhos" com o pessoal lá de cima.
- E como o nossa Grande Loja entrará em contato com a Grande Loja do Céu? perguntou o Secretário.
- Ora, disse o Tesoureiro, isso é um problema deles, pagamos tantas taxas que uma delas é para o contato com a Grande Loja do Céu.
A questão foi colocada em votação e o Mestre de Cerimônias, levantando-se, contou os votos e disse:
- Por unanimidade Venerável Mestre!
Unanimidade??!!! Ora, há muito tempo que esta palavra não era ali proferida.
Foi então que o Venerável Mestre percebeu que um dos presentes não tinha levantado a mão, corrigindo então o Mestre de Cerimônias.
- Pela maioria não, meu irmão, um dos obreiros não concordou com a idéia.
Portanto não foi ainda desta vez que ali houvesse unanimidade em alguma coisa.
Intrigado, o Venerável Mestre coçou os olhos, limpou os óculos, e fixou bem os olhos naquele Irmão que não levantara a mão, tentando lembrar o seu nome. Não conseguindo, chamou o Primeiro Diácono indagando-lhe o nome daquele Irmão, sendo que o Primeiro Diácono disse que não o reconhecia.
O Venerável perguntou a outros Irmãos que estavam no Oriente, e nenhum deles reconhecia tal obreiro. Todo atrapalhado pediu ao Irmão que se levantasse, e perguntou-lhe:
- Sois membro desta Loja?
-Não! respondeu o visitante.
-Um visitante! disse baixinho o Orador, justo um visitante vem discordar de nossas idéias! Façamos um telhamento nele! exigiu.
Sem saber o que fazer, o Venerável iniciou um telhamento todo confuso.
- Vieste de uma Loja justa e perfeita?
- Vim de uma imensa Loja, onde somente entram os justos e perfeitos, e impera o amor e a fraternidade! respondeu o visitante.
- E São João? A Loja é de São João? perguntou todo confuso o Venerável, tentando achar no ritual a página onde estava o telhamento, não a achando, o que o deixava ainda mais confuso e nervoso.
- Ah, João! Ele está ficando um gozador de mão cheia, pois foi ele que me convenceu a iniciar meu trabalho nesta Loja, dizendo-me que aqui encontraria a fraternidade, estaria entre homens justos e perfeitos, defensores da moral e dos bons costumes. Acho que João não está bem informado das coisas, pois não vi aqui nada do que ele me falou.
Todo confuso e cada vez mais nervoso, sem conseguir achar a página que queria do ritual e sem se lembrar do telhamento, voltou o Venerável a perguntar:
- E as virtudes? Cavam masmorras ao vício, lá de onde viestes?
- Como já disse, vim de um lugar de homens justos e perfeitos, que para lá entrarem cavaram aqui na terra masmorras ao vício e levantaram templos à virtude, coisas que esperava, que vocês aqui na terra estivessem fazendo, e pelo que vejo que não fizeram. Virtudes pelo menos, aqui não vi nenhuma, e também não estão cavando masmorras ao vício, pois os cinzeiros da Sala dos Passos Perdidos estão cheios de cotos de cigarros. Se não são capazes de afastar do mais simples dos vícios, que diria dos outros?
- Retiro-me entristecido, continuou o visitante, pois aqui esperava encontrar verdadeiros homens de bem, de uma causa nobre e justa.
Esqueceram vossos juramentos e compromissos, sua sublime doutrina e ensinamentos foram trocados por paixões pessoais, orgulho e ganância. Desonraram vossos antepassados destruindo o que de bom eles fizeram.
De vós tenho pena.
Terminando de falar, dirigiu-se às colunas, fez os cumprimentos, voltou-se às portas, que sozinhas se abriram e sozinhas se fecharam.
Somente neste instante, perceberam que o estranho visitante vestia-se de branco e suas alfaias eram douradas.
Ante ao espanto geral, o Venerável pediu ao Chanceler para ver no Livro dos Visitantes de onde veio e qual o nome daquele estranho.
Atônito, o Chanceler leu na página do livro:
- Nome: Jesus Cristo, Mestre dos Mestres, Venerável da Grande Loja do Céu, localizada no Oriente Eterno.
E A VOSSA LOJA ESTA PREPARADA PARA RECEBER ESTE ILUSTRE VISITANTE ???

Ao Maçom adormecido!

“Tu, pois, que ensinas a outrem não te ensinas a ti mesmo?”
(Romanos, 2:21)




“Estar adormecido” Significa o maçom afastado de sua Loja.


Cremos, porém que esse “adormecer” tem várias nuances, como por exemplo: “estar sonolento”, nem desperto nem em sono.


O maçom que se afasta de seus Irmãos e de sua Loja estará dando um passo impensado e cruel, uma vez que, com sua ausência, atingirá toda a Loja, rompendo a Cadeia de União, por ser ele um elo indispensável; sua ausência “enlutará” sua comunidade.


O maçom afastado sofre desgaste espiritual; mesmo que não se dê conta disso, o seu templo interior estará vazio e, assim, não poderá louvar o Criador do Universo.


Mesmo que surjam divergências entre os Irmãos, o afastamento prejudicará a quem se afasta; os demais suprirão a ausência com a admissão de novos candidatos.


Necessitamos do convívio permanente. Se estiver afastado, por qualquer motivo, retorne e será devidamente qualificado em todos os pontos da Maçonaria e encontrará uma plêiade de Irmãos prontos a recebê-lo e abraçá-lo, dizendo: Entre, tomai vosso assento. Nós esperávamos por vós...!


Não interrompa o destino; participe da corrente da Fraternidade. Será tão difícil olharmos nos olhos de nossos Irmãos e dizermos humildemente? “Perdão, eu me excedi, voltemos a viver fraternalmente no seio da Maçonaria?”

A prudência e o interesse de nossas Corporações Filosóficas, Academias, Lojas de Pesquisas, CÍRCULOS HERMÉTICOS, etc, lhes impõe o rigoroso dever de exigir a regularidade do candidato em suas Lojas Simbólicas, vetando a participação em seus Mistérios ao Obreiro (placetado) ou a coberto por falta de pagamento de suas obrigações junto a tesouraria de sua loja.
Venham os que realmente além de serem dignos da acolhida, sejam “regulares” consoantes às regras maçônicas, capazes de contribuir ao fim proposto.


(Regular,sinônimo de obediência, de cumprimento dos deveres que aceitou). Regularidade Maçônica faz com que como filiado de uma potência e Loja regular esteja amparado espiritualmente e reconhecido por toda a Fraternidade Universal.

Assim será filiado (readmitido) e não mais “tolerado” como ex-Obreiro, mas sim RECONHECIDO como Irmão.


Volte a ser participante do grupo, mas doravante participe ativamente, esteja presente quando um Irmão precisar de sua ajuda; saiba usar as palavras certas de apoio e de estímulo, no momento certo; saiba respeitar o espaço do outro; saiba escutar e ajudar; se tiver de criticar, que seja com educação e bom senso, respeitando a opinião do outro; discorde sem magoar.


Lembre-se que do outro lado alguém vai ler, refletir, tirar ensinamentos, seguir nosso conselho, nossa sugestão, isso se estiver conforme.


Entenda que somos uma comunidade de Irmãos e amigos e que esta amizade pode deixar de ser virtual e transformar-se em real. Enfim, participar de uma lista de discussão, de um círculo hermético, é plantar uma semente que irá crescer e dar frutos e receber amor.


O Grande Arquiteto do Universo que tudo fez; que tudo sabe e que tudo vê; que me fez Maçom, porque não me fiz, nem sequer me tornei – simplesmente sou – porque ELE o quis e os meus irmãos então me reconheceram como tal!


Somos simples elos – parte de um todo que se faz UM – um por todos e em cada um. Vejo em mim esta Força magna brotando intacta, surgindo, crescendo, fazendo-me Força, tornando Bela a vida que trago em meu corpo, em meu ser pequeno; tão grande contudo, feito a cinzel, esquadro e compasso, nível e prumo, alavanca, régua e maço, talhado, trabalhado passo a passo em viagens, leituras, trabalhos... Devo embeber-me do espírito da Fraternidade!


E olho para o lado, vejo Irmãos. Às vezes os vejo – às vezes não os reconheço. Deixo de vê-los, às vezes, porque nos tornamos pequenos demais frente à grandeza da Ordem que representam. Nem os percebo quando a tolerância deixa de ser norma de conduta, quando querem provar que são cultos e superiores aos demais imaginando que suas opiniões, crenças e opções são as melhores. Os Irmãos já notaram que muitos acham ter muito a ensinar aos outros? E que, em geral, quase não se dispõem a ouvir?


Dão opiniões sobre tudo, impõem seu modo de ver, de pensar, de deliberar. Nem os noto quando a Caridade em seu sentido maior se vê substituída pela Vaidade, pela rigidez excessiva, que obedece mais o desejo de autoridade que à verdadeira busca espiritual.


É o profano que passou pela Câmara de Reflexão e não morreu, ingressou na Maçonaria, mas não renasceu, pois o espírito dela, sua filosofia, não entendeu. Passou o dia em brancas nuvens, não serviu e nem viveu...!


Quero vê-los, mas não consigo.


Quero senti--los, mas eles se fizeram tão longe. Longe demais para estender a mão.

Tarde demais para senti-los IRMÃOS!

Valdemar Sansão
MM- Orde São Paulo
Agosto de 2011