quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Estar Entre Colunas - O Que Isto Significa?



I- INTRODUÇÃO

O propósito do presente trabalho é delinear os direitos e obrigações do “Entre Colunas”, prática muito usada especialmente nas reuniões capitulares de uma das Ordens Básicas da Maçonaria, que foi a Ordem dos Cavaleiros Templários. Infelizmente, não mais tem sido ensinada e nem posta em práticas nas Lojas.

O interior de uma loja Maçônica (Templo) é dividido em quatro partes, onde a mesma simboliza o Universo. Assim temos o Oriente, o Norte e o Sul.

Em algum tempo na história, logo após a construção do primeiro templo Maçônico do mundo, o Freemasons Hall, em Londres, no ano de 1776, baseado inteiramente no parlamento Inglês, construído em 1296, estabeleceu-se que as áreas pertencentes ao Norte e ao Sul chamar-se-iam Coluna do Norte e Coluna do Sul.

Assim, quando um Irmão, em Loja está Entre a Coluna do Norte e a do Sul, e não entre as Colunas B e J. Mesmo próximo à grade que separa o Oriente do resto da Loja, o Irmão estará Entre Colunas. Desta forma é extremamente incorreto dizer que o passo ritualístico dos maçons tem que começar entre as Colunas B e J.

Tanto isso é verdade, que os Templos modernos, especialmente de Lojas de Jurisdição da Grande Loja Unida Sul Americana, que tem as Colunas B e J junto a porta de entrada do templo pelo lado de dentro, já o Grande Oriente do Brasil de MG, têm suas Colunas B e J no Átrio, e não no interior do Templo.


Em síntese, podemos apresentar algumas situações do que é “Estar Entre Colunas”:

• É conjunto de Obreiros que formam as Colunas do Norte e do Sul;

• Em sentido figurado, são os recursos físicos, financeiros morais e humanos, que mantêm uma instituição maçônica em pleno funcionamento;

• É quando a palavra está nas Colunas em discussão;

• É quando o Irmão, colocar-se ou postar-se entre as Colunas do Norte e do Sul, no centro do piso de mosaico onde isto evidencia que o Obreiro que assim o faz, é o Alvo de atenção de toda Oficina;

• Na circulação do Tronco de Beneficência, o Hospitaleiro aguarda Entre Colunas;
• Quando a Porta-Bandeira, com a Bandeira apoiada no ombro, entra no templo este por sua vez se põe Entre Colunas;

• Na apresentação de Trabalhos, o Irmão se apresentar “Entre Colunas” durante o Tempo de Estudos, ou no Período de Instrução;

• No atraso do Irmão, o mesmo ao adentrar ao Templo ficará à Ordem e Entre Colunas, aguardando a ordem do Venerável Mestre para que tome posse do assento.

II – DESENVOLVIMENTO

Em toda a Assembléia Maçônica, os irmãos poderão fazer uso da palavra em momento oportuno; caso queira obter a palavra estando “Entre Colunas”, poderá solicitá-la com antecedência ao Venerável Mestre, e obrigatoriamente levar ao seu reconhecimento o assunto a ser tratado.

Sendo o Obreiro impedido de falar, ou sofra algum desrespeito a seus direitos, poderá solicitar ao Venerável Mestre que o conduza ”Entre Colunas”, e se autorizado pelo Venerável o mesmo poderá falar sem ser interrompido desde que haja um decoro de um Maçom.

Se, para estar Entre Colunas é necessária a autorização do Venerável Mestre, em contra partida, nenhum Irmão pode se negar de ocupar aquela posição, quando legalmente solicitado pela Loja, sob pena de punição.

No entanto, as possibilidades do uso da Palavra Entre Colunas são muitas e constituem um dos melhores instrumentos dos Obreiros do Quadro, sendo uma das maiores fontes de direito, de liberdade e de garantia, tanto para os irmãos, quanto para a loja.

Não há regulamentação; tal vez por isso, cada dia esse direito vem sendo eliminado dos trabalhos maçônicos.

Atualmente um Irmão somente é solicitado a estar Entre Colunas, em situação de humilhação e situações tanto quanto degradantes e constrangedoras. Associou-se a idéia de responder Entre Colunas à idéia de punição, quando em realidade isso deveria ser diferente e muito melhor explorado, em beneficio do Quadro de Obreiros de todas as lojas.

Estando Entre Colunas, um Irmão pode acusar, defender a sua ou outrem, pedir e julgar, assim como comunicar algo que necessite sigilo absoluto, devendo estar consciente da posição que está revestido, isto é, grande responsabilidade por tudo que disser ou vier a fazer.

A tradição maçônica é tão rigorosa no tange á liberdade de expressão, que quando um Irmão estiver em Pé e a Ordem e Entre Colunas, para externar sua opinião ou defender-se, não pode ser interrompido, exceto se tiver sua palavra cassada pelo Venerável Mestre, ato este conferido ao mesmo.

Estando Entre Colunas, o Irmão NÃO poderá se negar a responder a qualquer pergunta, por mais íntima que seja e também não poderá mentir ou omitir sobre a verdade dos fatos, pois desta forma o Irmão perde sumariamente os seus direitos maçônicos, pelo que deve ser julgado não importando os motivos que o levaram a tal atitudes.

Por motivos pessoais, um maçom pode se negar a responder a quem quer seja, aquilo que não lhe convier, mas se a indagação for feita Entre Colunas, nenhuma razão justificará qualquer resposta infiel.

Igual crime comete aquele que obrigar alguém a confessar coisas Entre Colunas injustificadamente, aproveitando-se da posição em que se encontra o Irmão sem que haja razão lícita e necessária, por perseguição ou com intuito de ofender, agravar ou humilhar desnecessariamente.

Quando um irmão está Entre Colunas e indaga os demais Irmãos sobre qualquer questão, de forma alguma lhe pode ser negada uma resposta e nenhuma razão justificará que seja mantido silêncio por aquele que tenha algo a responder.

Uma aplicação prática do Entre Colunas pode ser referentes a assuntos de fora do mundo maçônico. É lícito e muito útil pedir informações Entre Colunas, sejam sociais, morais, comerciais, etc., sobre qualquer pessoa, Irmão ou Profano, desde que haja razões válidas para tal fim. Qualquer dos presentes que tiver conhecimento de algo está obrigado a declarar, sob pena de infração ás leis Maçônicas.

O Irmão que solicitou as informações poderá fazer uso das mesmas, porém deve guardar o mais profundo silêncio sobre tudo que lhe for revelado e jamais poderá, com as informações recebidas, praticar qualquer ato que possa comprometer a vida dos informantes ou a própria Loja. Se não agir dessa forma será infrator das Leis Maçônicas Universais.

Suponhamos que um Irmão tenha algum negócio a realizar em outra cidade e necessita informações, mesmo comerciais, sobre alguma pessoa ou firma. A ele é lícito indagar essas informações Entre Colunas e todos os demais Irmãos, se souberem de algo a respeito, são obrigados a darem respostas ao solicitante.

Outro meio Lícito e útil de se obter informações é através de uma prancha, endereçada a uma determinada Loja, para se lidar Entre Colunas.

Neste caso, a Loja é obrigada a responder, guardar o mais profundo silêncio sobre o assunto, cabendo a ela todos os direitos, obrigações e cabendo todos os direitos, obrigações e responsabilidades ao solicitador, que deverá guardar segredo sobre tudo o que lhe foi respondido e a fonte de informações.

III – CONCLUSÃO

Muitas são acepções que norteiam sobre os ensinamentos do significado de Estar entre Colunas, porém, deve o Maçom sempre edificar suas Colunas interiores embasado pelos Princípios da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, primando pelo bem-estar da família e pelo aperfeiçoamento da sociedade através do trabalho e do estudo, para com isso perfazer-se um homem livre e de bons Costumes.

Como dissemos no início, não há mais regulamentação ou Leis Normativas para o uso do Entre Colunas; e se não há normas que sejam encontradas nos livros maçônicos, é porque pura e simplesmente os princípios da condição de “Estar Entre Colunas”, é de que somente a verdade pode ser dita. Obedecido este princípios tudo mais é decorrência.


Este, alegoricamente, talvez seja o real significado no bojo dos ministérios que regem as Colunas da Maçonaria, pois Estar entre Coluna é estar entre Irmãos.

BIBLIOGRAFIA



ASLAN, Nicola. Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia. Londrina: “ A TROLHA.
CARVALHO, Assis. Companheiro Maçom. Londrina ”A TROLHA”.
Símbolos Maçônicos e suas origens. Londrina: “A TROLHA”.
CASTELLANI, José. Liturgia e Ritualística do Grau de Aprendiz Maçom.
EGITO, José Laércio do. In Coletânea 2. Londrina: “ A TROLHA”.
PUSCH, Jaime. A B C do aprendiz.
Colaboração e Pesquisa: Weber Varrasquim “GLUSA”.

Julho de 2011

3 comentários:

  1. COMO MESTRE MAÇON INSTALADO, ELIAS VALDEMAR RIBEIRO LOJA ACACIA DAS GAIVOTAS - 67,O CONTEÚDO DA REVISTA MUITO BOM, SÓ QUE DEVERIA CADA LOJA TER UMA SENHA PARA PODER ACESSAR, ASSIM FICA MUITO LIVRE PARA PROFANO ENTRAR NA PAGINA, COMO JÁ FUI SONDADO SOBRE ISTO

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  2. COMO MESTRE MAÇON INSTALADO, ELIAS VALDEMAR RIBEIRO LOJA ACACIA DAS GAIVOTAS - 67,O CONTEÚDO DA REVISTA MUITO BOM, SÓ QUE DEVERIA CADA LOJA TER UMA SENHA PARA PODER ACESSAR, ASSIM FICA MUITO LIVRE PARA PROFANO ENTRAR NA PAGINA, COMO JÁ FUI SONDADO SOBRE ISTO

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  3. A Maçonaria, hoje mais contemporânea, se mostra mais discreta do que secreta, razão porque os entendimentos são mais claros aos membros do que aos profanos.

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