
“Acácia Amarela” foi gravada em 1982 em homenagem à maçonaria, composta pelos maçons Luiz Gonzaga Nascimento e Orlando Silveira Oliveira Silva. Luiz Gonzaga, um dos baluartes da música popular brasileira, nascido em 13 de dezembro de 1912, na fazenda Caiçara, município de Exu, sertão de Pernambuco, filho de Januário, lavrador e sanfoneiro e de dona Santana, iniciou na Loja Maçônica “Paranapuã”, sediada na Ilha do Governador, Rio de Janeiro, em 03 de abril de 1971. Faleceu em 02 de agosto de 1989, com 77 anos. Orlando Silveira Oliveira Silva, nascido em 27 de maio de 1925, formado em Direito, regente, arranjador, compositor e acordeonista, com prêmio internacional de arranjo, foi recebido na Loja Maçônica “Adonai”, Rio de Janeiro, em março de 1974.
O Rei do Baião elaborou a letra e o tema musical, com sugestões e harmonização de Orlando Silveira, música incluída no CD “O eterno cantador”, com arranjo de Orlando Silveira e vocal de Luiz Gonzaga. É uma composição que identifica e retrata uma loja maçônica, (aquela casa direita que é tão justa e perfeita, onde eu me sinto tão bem). A inspiração poética acontece fortemente quando enfoca a árvore acácia amarela e sua casa (loja maçônica), concluindo, (ela é tão linda e tão bela, aquela acácia amarela que a minha casa tem).


No decorrer de sua vida, Luiz Gonzaga simbolizou o que melhor se tem da música nordestina, representada pela sanfona e o chapéu de couro. O velho Lua, como também era chamado, teve uma carreira consolidada e reconhecida, com seu som agreste atravessando barreiras e apreciado pelo povo, que expressava através de sua voz suas dores e seus amores.
Foi a representação da alma de um povo, alma do nordeste, cantando sua história, com simplicidade e dignidade.
A acácia é uma árvore leguminosa de madeira dura. Algumas espécies produzem goma-arábica e outras fornecem fruto comestível, tanino e madeira de grande valor. Todas produzem flores perfumadas brancas ou amarelas, sendo muito utilizadas como adorno. Existem quase 400 variedades presentes no mundo todo, como árvore universal.
No Egito as acácias eram árvores sagradas e tinham um nome hieroglífico de “shen”. Para a fraternidade Rosa Cruz, a acácia foi a madeira usada na confecção da cruz em que Jesus foi executado.

É planta símbolo por excelência da maçonaria, representando segurança, clareza, inocência e pureza, para uma nova vida e ressurreição para uma vida futura. Os povos antigos tiveram respeito extremado pela acácia, chegando a ser considerada um símbolo solar porque suas folhas se abrem com a luz do sol do amanhecer e fecham-se ao ocaso. Entre os árabes, na antiga Numídia, seu nome era houza e acredita-se ser a origem de nossa palavra maçônica “huzze”
Na Bíblia, algumas afirmativas “Farás o altar de madeira de acácia; farão uma arca de madeira de acácia; farás uma mesa de madeira de cetim.” A Bíblia é rica de alusões do uso da madeira de acácia, dando para ela usos sagrados. Moisés, a pedido do Senhor, ordenou seu povo enquanto descansava no deserto ao pé do Sinai, que usassem a acácia na fabricação do tabernáculo e dos móveis nele usados, a Arca da Aliança, mesa dos pães da proposição, os adornos e outros.
Do maçom, que conhece a Acácia é esperada uma conduta pura e sem máculas. Estima-se que em 1937 a acácia nasce em nosso simbolismo, sendo a consciência da vida eterna. O galho verde no mistério da morte é o emblema do zelo ardente que o maçom deve ter pela verdade e a justiça, no meio dos homens corruptos que se traem uns aos outros.
Aos amigos que me distinguem com a leitura dos artigos publicados no Diário da Manhã, aos sábados, muito agradeço e os convido para terem a mesma emoção que tenho, quando acesso meu computador e na voz de Luiz Gonzaga, o meu coração é tocado com a música “Acácia Amarela”.
Obrigado Irmão Lua. Você fez a alegria na terra. Que Deus o tenha para sempre.
(Barbosa Nunes, advogado, ex-radialista, delegado de polícia aposentado, professor e Grão-Mestre do Grande Oriente do Estado de Goiás – barbosanunes@terra.com.br)
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