A IMPORTÃNCIA SOCIAL DA MAÇONARIA NA COMUNIDADE

A IMPORTÃNCIA SOCIAL DA MAÇONARIA NA COMUNIDADE

Queridos Irmãos,

Não tenho nenhuma pretensão de elaborar um trabalho intelectual, todavia evitei pesquisar para não sofrer influência de pensadores notáveis. Com erro ou com uma visão limitada, quero expressar meu sentimento e, se possível, oferecer uma visão crítica. Não interpretem como um gesto arrogante, mas a tentativa simples de manifestação singular.

Nossa Instituição tem como essência tornar feliz a Humanidade, combatendo a tirania, glorificar o Direito, a Justiça e promover o bem estar a Humanidade. Valores, que se colocados em prática nas estradas da vida profana, sem nenhuma dúvida, conduzirá para um novo mundo a civilização que vem perdendo seus conceitos primitivos de amor, tolerância, solidariedade e respeito mútuo.

Edificar um SER, somente através de valores espirituais é bom, entretanto não é suficiente para fazer transformações sociais relevantes. Como vejo que nossa Instituição tem um papel maior, ator de transformações sociais profundas, devemos buscar a verdade através de atitudes e ações programáticas para elevar, de forma definitiva, as condições sociais do nosso povo.

Não pode e não deve ter somente ações isoladas, como um orfanato ali, uma creche aqui, um tronco de solidariedade mais forte para ajudar um profano ou um irmão em dificuldade. São ações de cunho humano e que devemos valorizar, no entanto, continuam sendo atitudes isoladas de Homens ou Oficinas que vem valorizando o avental, na sua máxima de que a mão esquerda não veja o que a mão direita faz.

Não é suficiente. Devemos e temos que ser mais incisivos, na visão macro de edificar uma sociedade não somente mais justa e próspera, mas um elenco de Homens públicos saudáveis, moral e espiritualmente. Somos um exército de, aproximadamente, 300.000 maçons no Brasil e, por capilaridade, temos um enorme poder armazenado neste estoque de talentos, que nem sempre estão alinhados com o conceito de Tornar Feliz a Humanidade. Como transportar toda esta energia armazenada, ao longo de séculos, em atitudes coerentes como nossos valores e princípios?

Não muito tempo atrás, a Maçonaria foi responsável por várias e várias transformações sociais em nível mundial. No Brasil, temos a mão limpa e forte da Instituição em processos impactantes, no destino da Nação, como por exemplo, a independência, a abolição da escravatura e a proclamação da república,..etc.

Tempos gloriosos de Homens que honram nossos preceitos e que jamais se deixaram calar, quando situações feriram o conceito mágico de uma sociedade com justiça social.

Sinto orgulho de pertencer ao quadro da Instituição, por outro lado, nestes poucos anos de viver na luz, não tenho conhecimento do que estamos fazendo para melhorar a vida da nossa gente. Não basta promover eventos isolados para melhorar as condições de um pequeno grupo, através de obras sociais. Transformar é educar, fazer pensar, ter vontade própria e jamais ser conduzido pelo encanto das palavras fáceis e promessas mirabolantes. Vamos levar para fora dos nossos templos o conceito essencial, glorioso e indispensável ao verdadeiro e lúcido Maçom: Sabedoria-Vontade-Inteligência. Um triângulo perfeito, que se bem usado, será a mola que impulsionará nosso povo para as realizações pessoais, deixando de ser escravos sociais das minorias.

O caminho, sem dúvida, é eliminar a vaidade e unir forças de todas as potencias, para um caminho de mão única: TEMOS O DEVER DE EFETUAR TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS PROFUNDAS E NECESSÁRIAS.

A angústia é perceber que a nossa leniência nos transporta para a ignorância do elogio medido, do aplauso mentiroso e do beija mão.

Nós, HOMENS LIVRES E DE BONS COSTUMES, somos pedreiros e, portanto, devemos nos dedicar de corpo e alma, na edificação de um mundo melhor, mas para que este conceito se transforme em realidade, torna-se necessário a união despojada das potencias regulares, na busca do alicerce adequado para que nossa casa volte a ser forte e ativa.
Vamos, juntos, elaborar uma agenda positiva com metas claras e tangíveis.

Como disse o poeta: “Eu poderia estar contente, tenho um emprego, ganho quatro mil reais por mês e tenho um Corcel....”. Não é suficiente.
Podemos e devemos pensar com mais generosidade do que devemos fazer, para eliminar o vício da preguiça, da falta de cultura, da baixa estima. Nosso povo não deve ter o medíocre rótulo de Macunaíma.

Podemos fazer muito mais do que estamos fazendo, socializando nossos ensinamentos com o mundo profano, usando nosso exército de cavalheiros do bem, para interferir em todos os canais de poder.
Vida longa aos Homens , que sabem para onde querem ir, com ética e de forma construtiva.

Obrigado.

Silvio Ribeiro Franklim Martins
Araruama, 07.08.2009