domingo, 18 de outubro de 2009

Dia Mundial da Erradicação da Pobreza

Histórico

17 de outubro é o Dia Internacional pela Erradicação da Pobreza. Nesse dia, em 1987, pessoas de todo o mundo se reuniram para comemorar a assinatura da Declaração Internacional dos Direitos Humanos e para afirmar que a pobreza extrema é uma das violações desses direitos.

Em 2006, a GCAP adotou o 17 de outubro como o Dia da Faixa Branca e 23,5 milhões de pessoas em 87 países se uniram ao ato do “Levanta-te contra a Pobreza” na maior manifestação coordenada de pessoas já registrada pelo Livro Guinness dos Recordes.

Assim como a escravidão e o apartheid, a pobreza não é um algo natural. Ela é gerada pelo ser humano e pode ser vencida e erradicada pelas ações dos seres humanos. Nelson Mandela

O tema do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza -- “Juntos contra a pobreza” – sublinha a necessidade de criar uma verdadeira aliança mundial para lutar contra a pobreza, na qual participem, ativamente, tanto os países desenvolvidos como os países em desenvolvimento.
O mundo alcançou progressos reais, embora insuficientes, no domínio da realização dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Apesar de a pobreza extrema ter diminuído, entre 1990 e 2002, tendo passado de 28% para 19% da população do mundo em desenvolvimento, os progressos foram desiguais entre regiões e países, e até no interior do mesmo país ou região. Em grande parte da Ásia, os avanços econômicos e sociais permitiram que quase 250 milhões de pessoas saíssem da miséria absoluta. Contudo, as taxas de pobreza não variaram na Ásia Ocidental e no Norte de África, enquanto aumentaram nas economias em transição da Europa Oriental e na Ásia Central. A África Subsariana é a região onde se registra o maior atraso, pelo que é improvável que alcance o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio que consiste em reduzir a pobreza extrema para metade até 2015.
É preciso redobrar os esforços para fazer frente à pobreza e ao subdesenvolvimento. As negociações comerciais de Doha devem culminar em relações comerciais mais justas e livres para todos. Os países desenvolvidos têm de cumprir os compromissos assumidos em matéria de Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD) e de redução da dívida. Pelo seu lado, os países em desenvolvimento devem dar prioridade aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e, caso ainda não o tenham feito, adotar estratégias nacionais para os alcançar. Devem utilizar os fluxos da APD para aumentar de forma sustentável as suas capacidades nacionais, melhorar o governo e reforçar o Estado de direito. Os países que estão no bom caminho para alcançar os objetivos devem tentar ir mais longe, fixando metas ainda mais ambiciosas.
Lamentavelmente, a “parceria mundial para o desenvolvimento” é mais feita de palavras do que de atos. Esta situação tem que mudar. Todos os principais agentes de desenvolvimento – governos, setor privado, sociedade civil e pessoas que vivem na pobreza – devem conjugar forças e lutar juntos contra a pobreza, de modo a elevarem o nível de vida e atenuarem o sofrimento humano.
A campanha que visa fazer da pobreza uma coisa do passado é um desafio moral essencial do nosso tempo. Não pode ser a missão de apenas alguns. Pelo contrário, deve congregar a maioria. Por ocasião deste Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, peço a todos que adiram a esta luta. Juntos, podemos realizar progressos reais e suficientes para acabar com a pobreza.


KOFI ANNAN

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