quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Os Sete Pecados Capitais e as Sete Virtudes

Os sete pecados capitais

Os conceitos incorporados no que se conhece hoje como os sete pecados capitais se trata de uma classificação de condições humanas conhecidas atualmente como vícios que é muito antiga e que precede ao surgimento do cristianismo mas que foi usada mais tarde pelo catolicismo com o intuito de controlar, educar, e proteger os seguidores, de forma a compreender e controlar os instintos básicos do ser humano. O que foi visto como problema de saúde pelos antigos gregos, por exemplo, a depressão (melancolia, ou tristetia), foi transformado em pecado pelos grandes pensadores da Igreja Católica, que classificou e seleccionou os pecados em dois tipos: os pecados que são perdoáveis sem a necessidade do sacramento da confissão, e os pecados capitais, merecedores de condenação. A partir de inícios do século XIV a popularidade dos sete pecados capitais entre artistas da época resultou numa popularização e mistura com a cultura humana no mundo inteiro.

As sete virtudes

As Sete Virtudes são derivadas do épico Psychomachia, poema escrito por Aurelius Clemens Prudentius intitulando a batalha das boas virtudes e vícios malignos. A grande popularidade deste trabalho na Idade Média ajudou a espalhar este conceito pela Europa. É alegado que a prática dessas virtudes protege a pessoa contra tentações dos Sete Pecados Capitais, com cada um tendo sua respectiva contra-parte. Existem duas variações distintas das virtudes, reconhecidas por diferentes grupos.

As Virtudes

Ordenadas em ordem crescente de santicidade, as sete virtudes sagradas são:
Castidade (Latim castitate) - opõe luxúria
Auto-satisfação, simplicidade. Abraçar a moral de si próprio e alcançar pureza de pensamento através de educação e melhorias.
Generosidade (Latim, liberalis) - opõe avareza
Despreendimento, largueza. Dar sem esperar receber, uma notabilidade de pensamentos ou ações.
Temperança (Latim temperantia) - opõe gula
Auto-controle, moderação, temperança. Constante demonstração de uma prática de abstenção.
Diligência (Latim diligentia) - opõe preguiça
Presteza, ética, decisão, concisão e objetividade. Ações e trabalhos integrados com as próprias crenças.
Paciência (Latim, patientia) - opõe ira
Serenidade, paz. Resistência a influências externas e moderação da própria vontade.
Caridade (Latim, humanitas) - opõe inveja
Auto-satisfação. Compaixão, amizade e simpatia sem causar prejuízos.
Humildade (Latim, humilitas) - opõe soberba
Modéstia. Comportamento de total respeito ao próximo.

As virtudes teologais "têm como origem, motivo e objeto imediato o próprio Deus. São infundidas no homem com a graça santificante, tornam-nos capazes de viver em relação com a Trindade e fundamentam e animam o agir moral do cristão, vivificando as virtudes humanas. Elas são o penhor da presença e da acção do Espírito Santo nas faculdades do ser humano".
No excerto bíblico "1a Coríntios 13:13", apresenta-nos a seguinte citação: "Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor". Num outro excerto bíblico "Gálatas 5:6", cita o seguinte: "a Fé actua pelo amor".

As virtudes teologais existem como complemento às Virtudes cardinais e são três:

: através dela, os cristãos crêem em Deus, nas suas verdades reveladas e nos ensinamentos da Igreja, visto que Deus é a própria Verdade. Pela fé, "o homem entrega-se a Deus livremente. Por isso, o crente procura conhecer e fazer a vontade de Deus, porque «a fé opera pela caridade» (Gal 5,6)".

Esperança: por meio dela, os crentes, por ajuda da graça do Espírito Santo, esperam a vida eterna e o Reino de Deus, colocando a sua confiança perseverante nas promessas de Cristo.

Caridade (ou Amor): através dela, "amamos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos por amor de Deus. Jesus faz dela o mandamento novo, a plenitude da lei". Para os crentes, a caridade é «o vínculo da perfeição» (Col 3,14), logo a mais importante e o fundamento das virtudes. O Amor é também visto como uma "dádiva de si mesmo" e "o oposto de usar".

Virtudes cardinais

Existe quatro virtudes cardinais (ou virtudes cardeais) que polarizam todas as ou­tras virtudes morais humanas. O conceito teológico destas quatro virtudes foi derivado inicialmente do esquema de Platão e foram adaptadas por: Santo Ambrósio, Santo Agostinho de Hipona e São Tomás de Aquino.

Elas "são perfeições habituais e estáveis da inteligência e da vontade humanas, que regulam os nossos actos, ordenam as nossas paixões e guiam a nossa conduta segundo a razão e a . Adquiridas e reforçadas por actos moralmente bons e repetidos, são purificadas e elevadas pela graça divina".
As virtudes cardeais são quatro:

a prudência, que "dispõe a razão para discernir em todas as circunstâncias o verdadeiro bem e a escolher os justos meios para o atingir. Ela conduz a outras virtudes, indicando-lhes a regra e a medida", sendo por isso considerada a virtude-mãe humana.

a justiça, que é uma constante e firme vontade de dar aos outros o que lhes é devido;
a fortaleza que assegura a firmeza nas dificuldades e a constância na procura do bem;
e a temperança que "modera a atracção dos prazeres, assegura o domínio da vontade sobre os instintos e proporciona o equilíbrio no uso dos bens criados", sendo por isso descrita como sendo a prudência aplicada aos prazeres.

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