terça-feira, 2 de março de 2010

A VAIDADE


Vaidade, palavra pequena, de fácil pronuncia-mento e de tonalidade suave aos ouvidos, encerra em muitas ocasiões, situações gravíssimas no comportamento do ser humano, com conseqüências desastrosas.

A vaidade, literalmente falando, é a qualidade do que é vão, vanglória, ostentação, presunção malformada de si, futilidade, etc. Dessas qualidades, a vanglória é perniciosa pois objetiva o indivíduo jactancioso, ou seja, presunçoso, arrogante e frívolo.

A presunção mal-fundada de si traz em seu seio situações embaraçosas, notadamente na Maçonaria, visto que aqui todos se tratam por Irmãos e presume-se que a verdade deve imperar para sempre.

A tão propalada vaidade feminina não traz conseqüências, pois se atém tão-somente na área da estética. A masculina, quando não se atém às futilidades torna-se algo de preocupação; encerra-se muitas vezes em disputas desnecessárias, gerando graves problemas de ordem interna, principalmente quando essa vaidade inclui o fator poder. O fator poder é inerente ao ser humano. Na Maçonaria, no desbastar da Pedra Bruta, ou seja, no seu próprio burilamento cada um recebe a incumbência de burilar a si próprio e aos que estão a sua volta.
Arvorar-se na condição do dever cumprido, de ser possuidor de títulos ou de possuir extensa bagagem maçônica, não contribui em nada para os destinos da Ordem. Maçonaria se faz no dia-a-dia, na conquista permanente de novos adeptos e na tentativa da melhoria constante da espécie humana. A busca incessante e permanente da verdade faz da Sublime Instituição, uma organização sem similar.

A permanência da Maçonaria como instituição respeitável como é, deve necessariamente contar com a renúncia das possíveis vaidades de seus membros para o bem comum. Mas, vemos com freqüência Irmãos desentendidos ou que se fazem de desentendidos, querendo manter a ferro e fogo o seu círculo de poder. Apesar da inerência do poder ao ser humano, o Maçom, pelos ensinamentos recebidos, não pode a isso se ater.

A perpetuação de uma instituição passa, com absoluta certeza, pelo grau de compreensão de seus membros e na renovação sistemática de suas lideranças. Cabe a cada um de seus membros renunciar às vaidades e presunções infundadas para o bem comum. A título de exemplo, tem Irmãos que gostam de apologizar-se em descumprir a legislação em vigor, criando com esses atos bolsões de intransigências, que mais tarde derivam-se na mais pura vaidade e arrogância de ser um descumpridor, notadamente, de um poder que não tem coercitividade, que afinal é o caso da Maçonaria.

Para vivermos em igualdade, sem qualquer grau de subordinação, é muito difícil; porém, dentro da Maçonaria é necessário.

Esta diversidade que o Maçom possui, deve crescer sempre em benefício da ordem, e não se transformar em poço de orgulho, egoísmo e vaidade.
Ter vaidade de ser Maçom é muito bom e proveitoso, mas ser um Maçom vaidoso e refém do poder, com absoluta certeza, não trará qualquer benefício à Ordem e aos ir-mãos.
As reuniões costumeiras e obrigatórias, deveriam servir como bálsamo às nossas dificuldades e angústias do dia-a-dia. Infelizmente não é isso que amiúde presenciamos. A praxe é uma guerra surda no sentido de manter posições, ou seja, o “status quo ante”, isso é incompatível com o princípio da Sublima Instituição.

Entre um homem simplesmente vestido de Avental e um Maçom, tem uma diferença significativa.

A Maçonaria é uma escola de humanismo e disso ninguém pode duvidar. Tanto no estudo da filosofia, da filologia e no campo social, a Maçonaria incute aos seus adeptos essa capacidade de modificação no comportamento e na visão geral da sociedade, notadamente, nas condutas de moral e ética.

Portanto, dentro da ordem, não há espaço para as vaidades pessoais. Devemos sim, preservá-la e mantê-la fora dessas situações tão comprometedoras de seu futuro. Não temos o direito de atentar contra seus sublimes princípios.

“A atitude hipócrita é aquela em que a critica está dissimulada, escondida e implícita em aparente indiferença.” (Mira y Lopes).
“Os homens que verdadeiramente têm valor não são – nem podem ser – vaidosos; em compensação, é possível que se tornem orgulhosos.” (Mira y Lopes).

[1] CASTELLANI, José, Dicionário de Termos Maçônicos, Editora A Trolha, 1.ª Edição
[2] Mello, Ir Nélson Camargo de, Or de Ibiporã, PR – Extraído do site da Loja Triumpho do Direito (GORGS) – Colaboração.Ir Leôncio Coelho dos Santos, MM, membro da ARLS Thomas Kemphis, Or de Brasília, DF

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