sábado, 12 de setembro de 2009

7 de Setembro - RUMINANDO LEMBRANÇAS

Solenidade de 7 de Setembro



Nesta data comemoramos o Dia da Independência, e, sem dúvida alguma, este momento me traz as melhores recordações dos tempos em que lá vivi, da minha infância e adolescência, das palmeiras de Água Branca e de seus eternos ipês, das escolas, do canavial, Domingos Moeda dos meus estudos, da Praça da Matriz, do pé de pau (uma árvore frondosa no meio da cidade – é assim que a população se refere a esta árvore) das mulas que ia e vinha pela rua carregando cana, ou água para matar a sede, levando e trazendo consigo nossos sonhos, pequenos e grandes. Também das cerimônias cívicas, entre as quais, imaginem, a do 7 de setembro, é evidente, quando, em procissão, saíamos pelas ruas, com músicas, em verdadeiro clima de festa, e não poderia ser diferente, sabem vocês por quê? Claro que havia aqueles interesses do coração, que o olhar não pode esconder, mas a razão daquela euforia era a consciência que tínhamos da nossa liberdade. Não se tratava apenas de um valor ensinado nos livros ou legado pela história, mas de um supremo ideal que sempre correu nas veias do povo alagoano, e creio não seja diferente hoje, pois entendo que, nem sequer por um momento, renunciamos àquela consciência e a este ideal.

O fato é que a minha época de Água Branca, de muitas maneiras, ainda está bem perto de mim, porque nela aprendi que nossos passos são proporcionais às conquistas do passado. Noutras palavras, nada daquilo teria acontecido - nem estaria acontecendo agora, vejam - se não fosse o sonho por que lutaram muitos homens que viveram bem antes de nós.
Em boa verdade, antes mesmo de as margens do Ipiranga ouvirem o grito de independência em 7 de setembro de 1822, como dita a letra do Hino Nacional, a liberdade já havia sido pensada e sonhada por um mineiro - Tiradentes. Sim, Minas foi decisiva para o fortalecimento dos ideais libertários e para as mudanças que definiram os rumos tomados pelo país. O movimento dos inconfidentes denunciava um acontecimento inédito e incômodo para a mentalidade da época: o sonho que, por anos, aparecera no coração de alguns aflorava, agora, na consciência de muitos que se haviam acordado para dentro. Aliás, uma verdade que tais fatos pronunciam em alto e bom som é que nada há como o sonho para criar o futuro; noutras palavras, ninguém irá além do que enxergarem seus olhos. Por isso entendo, jovens, que hoje, talvez mais que ontem, precisamos sonhar, mas não é só isso, precisamos sonhar, e ousar mais, e realizar mais! Afinal, “la vida es sueño, y los sueños, sueños son”.


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